A pobreza é uma chaga comum a muitas cidades brasileiras. Em Londrina não é diferente. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Assistência Social, quase 60 mil pessoas se encaixam no perfil de renda zero, ou seja, sobrevivem apenas do dinheiro dos auxílios sociais. A estatística, estampada nesta edição da FOLHA, oculta a verdadeira face do problema, as faces, no caso.

Um desses rostos é o da dona de casa Ediana Ferreira Andrade, moradora do Aparecidinha, na zona norte de Londrina. Em um desabafo à equipe de reportagem, ela conta que “às vezes tem vontade de sumir, de desaparecer e nunca mais voltar”. A resignação é resultado da dura realidade que enfrenta: a fome e a falta de amparo.

Os dois filhos de Ediana se encaixam em outra estatística devastadora. De acordo com a Unicef, o Brasil tem 32 milhões de crianças e adolescentes na pobreza. Seis entre dez brasileiros nessa faixa etária conviviam em 2019 com privações de acesso à moradia digna e alimentação, entre outros problemas.

O número de crianças e adolescentes em domicílios cuja renda familiar era insuficiente para alimentação vinha caindo ao longo da última década, mas a pandemia reverteu essa tendência.

Sem dinheiro para comprar alimentos, a saúde desses moradores é afetada, levando a diversas doenças e até mortes. Estatísticas - de novo elas -, desta vez a do Registro Civil, revelou que 2021 foi um dos anos mais letais no país, impulsionado pela pandemia.

Diante de tantos emaranhados estatísticos, a população em situação de vulnerabilidade sonha com dias melhores. Na esfera federal, o governo promete impulsionar os programas assistenciais, com o retorno do Bolsa Família.

A secretária de Assistência Social de Londrina, Jacqueline Micali, alerta, porém, que não é só a Assistência que vai retirar as famílias da extrema pobreza, já que as famílias precisam de habitação, educação, saúde e geração de emprego.

É preciso criar um conjunto de políticas públicas integradas para se encontrar soluções perenes para a redução da pobreza, o que também passa por uma gestão fiscal responsável.

Outro ponto importante é a prática da solidariedade. É necessário que a sociedade se una e ajude as famílias necessitadas, para que possam ter um futuro melhor.

Com frequência, a FOLHA divulga projetos assistenciais que fazem a diferença na vida de muitas pessoas e que necessitam de apoio para manter as atividades.

Obrigado por ler a FOLHA!