Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - A difícil equação da mobilidade urbana
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A revolução digital que começou de forma incipiente no final do século passado, ganhou um propulsor importante na última década: a popularização dos smartphones e das conexões mais estáveis de internet móvel.

Os inúmeros benefícios também tornaram as sociedades mais complexas, em praticamente todos os seus segmentos. Na mobilidade urbana não foi diferente.

Até a primeira década deste século, as opções de locomoção motorizada se resumiam ao veículo próprio, transporte público, táxi ou mototáxi. Mas o que se viu na metade da década passada foi o boom dos aplicativos de transporte ou de carona compartilhada.

Com preços atrativos, os motoristas abocanharam grande parte do mercado. A comodidade de ter um motorista na porta de casa em poucos minutos tornou o aplicativo um dos mais populares nos celulares dos brasileiros.

Porém, com a escalada do preço dos combustíveis, além de outros fatores associados à inflação brasileira, que passou dos dois dígitos em 2021, o serviço ficou comprometido em diversas cidades brasileiras.

A manchete de hoje da FOLHA mostra que Londrina é uma delas. Passageiros reclamam do frequente cancelamento de corridas pelos motoristas. Já os condutores justificam que a margem de lucro está muito reduzida.

O que à primeira vista parece ser um problema de mercado, na realidade tem implicações muito mais profundas, pois impactam no planejamento das políticas públicas para o setor.

As incertezas em torno do futuro dos transportes por aplicativos são variante fundamental para ser levada em conta nas estratégias dos governantes.

A Prefeitura de Londrina trabalha para criar mecanismos que tornem o transporte público mais atrativo ao usuário. Para isso, chegou a reduzir a tarifa de R$ 4,25 para R$ 4,00.

Neste planejamento, é de fundamental importância analisar o cenário como um todo. Difícil é prever como será o comportamento dos passageiros em momento tão instável como o da pandemia, em que decisões tomadas hoje podem não valer em duas semanas.

O fato é que o mundo está em constantes transformações e cabe às administrações municipais se atentarem a elas.

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