Imagem ilustrativa da imagem EDITORIAL - 7 de setembro
| Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP

No final do ano de 2019, a Folha de Londrina lançava uma de suas campanhas publicitárias mais ousadas, defendendo uma posição anticensura e reforçando a defesa de uma causa que consolidou o jornal como um dos principais veículos de comunicação do Paraná: a pluralidade de ideias e a livre manifestação das opiniões, condições que encontram sua garantia de sobrevivência na liberdade de imprensa.

Historicamente, este 7 de setembro de 2021 deveria ser menos emblemático que o 7 de setembro de 2022, quando o Brasil comemorará 200 anos de sua independência. Mas o feriado da Independência deste ano foi bastante marcante.

Convocadas há dois meses pelo presidente Jair Bolsonaro, as manifestações desta terça-feira (7) contaram com a presença maciça de apoiadores do presidente em Brasília e em muitas capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, e também no interior, como Londrina.

Do outro lado, opositores do presidente da República também se manifestaram. Como era de se esperar, em maior número em São Paulo, e bem menor em outras cidades, como foi o caso de Londrina.

As manifestações do dia da Independência podem ser analisadas por diversas perspectivas. A mais importante é, sem dúvida alguma, a que assegurou a liberdade de manifestação de ambas as partes (a favor e contra o presidente da República), transcorrendo de forma pacífica e sem registros de incidentes – pelo menos em Londrina.

Independência significa liberdade. A pauta que deve continuar sendo discutida nesses dias pós-manifestações precisa ser a liberdade de ouvir e ser ouvido, de expor ideias sem preocupação, de respeitar e ser respeitado.

Por outro lado, preocupa as manifestações antidemocráticas que fogem da legalidade e que ameaçam as instituições, por exemplo, com o fechamento do STF (Supremo Tribunal Federal) ou do Congresso.

Em pronunciamento a seus seguidores, Bolsonaro deu um claro ultimato ao presidente do Supremo, Luiz Fux, pela deposição do ministro Alexandre de Moraes e disse que iria convocar para esta quarta-feira (8) uma reunião do Conselho da República, o que não foi confirmado pelos chefes dos demais Poderes.

Atritos entre os Poderes não são raros e o próprio princípio da separação e fiscalização entre eles leva a essas diferenças. O problema é quando esses atritos caminham para uma crise institucional. Importante, agora, é abrir um canal de diálogo para que a democracia não saia enfraquecida. Os próximos dias serão decisivos.

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