Em muitos países o passaporte da vacina já é uma realidade, especialmente naqueles considerados de “primeiro mundo”. Isto porque, com maior consciência da população sobre a importância da ciência, a exigência de comprovação da imunização para adentrar em locais públicos ou privados é encarada com maior tranquilidade e, até mesmo, civilidade.

Por aqui, na quarta-feira 09/02, tivemos uma demonstração contrária. Em poucos minutos, parlamentares aprovaram um requerimento que solicitava regime de urgência para um projeto de lei que proíbe a exigência do passaporte sanitário no Paraná. A mesma boa vontade não foi vista com o PL 371/2021, de minha autoria, que pede o passaporte sanitário desde agosto do ano passado. O objetivo do PL 371/2021 é bem simples: estimular a vacinação e salvar vidas.

Democracia exige respeito a ideias contrárias, o que não houve com o PL 371/2021, uma vez que nem sequer foi discutido em plenário ainda, mas um projeto contrário será votado às pressas. Essa situação é perfeitamente entendível num país em que o presidente é um negacionista e temos dezenas de representantes políticos que também flertam com o negacionismo. Sendo assim, não é difícil encontrar pessoas que condenam a ciência nas mais diversas instituições. Na esfera política não é diferente, afinal, os representantes eleitos representam as convicções de parte de seus eleitores.

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Digo parte porque percebo uma mudança nas ruas, inclusive constatada através de pesquisas. No caso do passaporte da vacina, por exemplo, pesquisa recente do Datafolha apontou que 81% dos entrevistados concordavam em exigir o passaporte da vacina para adentrar locais fechados.

Afinal, temos visto, dia após dia, que a vacina salva vidas. Realmente, não impede a infecção pelo vírus, mas diminui a carga viral e suas consequências, uma vez que 80% dos internamentos por Covid-19 são de pessoas não vacinadas ou com o ciclo vacinal incompleto.

Espero que a sensatez também adentre algumas instituições, instituições essas que impactam milhares de vidas. Espero que aqueles que vociferam agarrados na defesa do direito de ir e vir lembrem-se que para ir e vir é preciso estar vivo e com saúde.

Porém, buscam manipular a informação ao tentarem ser aqueles que defenderam o direito de ir e vir, em vez de serem aqueles que votaram contra a vida. Essa é uma estratégia conhecida da direita, a manipulação de fatos. Induzir a opinião pública sob uma perspectiva falseada.

Em uma das sessões na Assembleia Legislativa, chamei atenção para o fato de que não precisa ser apresentado um novo projeto sobre a mesma matéria, bastava que os deputados tivessem a coragem de votar NÃO para um projeto que visa única e exclusivamente valorizar a vida. Por isso, eu sigo em frente, mesmo que acompanhado de uma minoria, mas sigo defendendo um direito, que deveria ser inviolável, a vida.

Por Arilson Chiorato, deputado estadual e presidente do PT/PR

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