No último sábado, 26 de fevereiro, o Brasil completou dois anos da confirmação do primeiro caso do Sars-CoV-2, então chamado de novo coronavírus. Hoje, talvez, esse conceito de "novo" já nem se aplique mais, a não ser pelas variantes que se multiplicam mundo afora.

A pandemia do coronavírus fez com que os registros de mortes batessem recordes. O mês de janeiro dos dois últimos anos foram os mais mortais da série histórica documentada pelos cartórios do Paraná desde 2003. Em janeiro de 2022 foram registrados 7.451 óbitos no Estado, enquanto no mesmo período de 2021 houve 7.782 mortes.

O recuo no número de falecimentos entre um ano e outro foi de 4,2%. Porém, o início dos dois últimos anos teve registros muito acima do período anterior à pandemia de Covid-19. Na comparação com 2020, quando houve 6.063 óbitos, ainda antes do início da pandemia no país, o Paraná havia registrado aumento de 28% em relação a janeiro de 2021 e de quase 23% em relação a janeiro deste ano. Já as mortes por Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave) passaram de 27 em janeiro de 2021 para 48 neste ano, um crescimento de praticamente 78%.

O Paraná confirmou a morte de quase 41.700 pessoas pela Covid-19. Os casos confirmados somam 2.233.073 registros. No Brasil, o número de vítimas fatais pela doença chega a 650 mil.

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Os dados sobre os dois janeiros mais mortais da história constam no Portal da Transparência do registro Civil, base de dados administrada pela Arpen/BR (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais). Para se ter uma ideia, as mortes pela Covid-19 no Estado se aproximam ao número de baixas totais de soldados brasileiros na Guerra do Paraguai (50 mil), que durou de 1864 a 1870.

Outro dado importante é o crescimento de mortes por doenças do coração em janeiro deste ano na comparação com o primeiro mês do ano passado: AVC (29%), Causas Cardiovasculares Inespecíficas (17%) e Infarto (3%). Também registraram crescimento as mortes por Pneumonia (47%) e Septicemia (13%). Já os óbitos por Covid-19 tiveram redução de 65% no período.

O avanço da vacinação no Brasil representa a esperança de que os registros voltem a algo perto da normalidade. É claro que o vírus ainda impõe um desafio enorme, a chamada "covid longa". Tem gente que se recupera da fase aguda da doença em algumas semanas. Há outras pessoas que carregam sequelas por meses. Trombose, insuficiência respiratória, piora da função cardiovascular, dores de cabeça persistentes, são muitos os sintomas que dão conta de que estamos lidando com algo realmente novo, ainda desconhecido para pensar quando e como poderemos voltar à vida de antes.

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