Não é exagero dizer que o mundo será dividido em pré-Covid-19 e pós-Covid-19 e que depois de janeiro de 2020 pouca coisa será como antes. A esperança é que no pacote das mudanças, o Brasil valorize mais a ciência.

O país que vinha desprezando a produção científica feita nas universidades e promovendo cortes sequenciais na pesquisa viu-se depositando nas mentes geniais dos cientistas a esperança da descoberta de um medicamento capaz de neutralizar o novo coronavírus e de uma vacina para imunizar a população mundial contra o causador da Covid-19.

A ciência ganhou visibilidade. Tudo o que se descobriu em tempo recorde contra o coronavírus foi graças à pesquisa e estudos científicos que estão sendo realizados mundo afora.

Na segunda-feira (27), o governo do Paraná deu os primeiros passos para colocar o estado em uma importante parceria de cooperação técnica e científica com a China para a testagem e produção de uma vacina contra a Covid-19 por meio do Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná).

Uma responsabilidade importante que o Brasil assume. O acordo foi discutido pelo governador Ratinho Junior em reunião por videoconferência com dirigentes do laboratório Sinopharm, empresa estatal chinesa, e o ministro-conselheiro da Embaixada da China no Brasil, QU Yuhui.

A intenção, destacou o governador, é que o Paraná seja incluído na terceira fase de testagem da vacina experimental da Sinopharm, que começou neste mês nos Emirados Árabes Unidos e que consiga aprovação da Anvisa e do Ministério da Saúde para a produção da vacina através do Tecpar, além de ser um polo distribuidor do produto na América do Sul.

Outra notícia boa é que as universidades estaduais e hospitais universitários poderão ser incluídos no trabalho para também serem protagonistas dessa parceria. Duas vacinas em estágio avançado de desenvolvimento já estão sendo testadas no Brasil. A de Oxford, da Inglaterra, e a chinesa Sinovac.

Nesse momento, a ciência está no foco do mundo inteiro. A notícia que todos esperam – uma vacina que funcione - será anunciada por um cientista. Quando a pandemia passar, iremos saber se no Brasil a pesquisa científica será mais valorizada pelos governos e pela população. Tomara que o poder público e a sociedade mantenham o apoio e a confiança nas pessoas que produzem conhecimento.

Obrigado por ler a FOLHA!