No dia 5 de setembro, é celebrado o Dia da Amazônia, considerada um dos patrimônios naturais com maior significância para a humanidade, justamente por ser a maior reserva natural do planeta. Estende-se por sete milhões de quilômetros quadrados representado por 5 milhões e meio de floresta. Ela nos presenteia com bioma fundamental para o equilíbrio ambiental e especialmente climático de toda a terra, contribuindo para a conservação dos recursos hídricos, grande preocupação da humanidade.

A floresta contribui também com a abundância de espécies de animais, vegetais e arbóreas, matérias-primas alimentares, medicinais e minerais. Mas nem só de riqueza a Amazônia vive. Infelizmente a exploração está presente em cada um desses pontos de riqueza. Mas quais seriam as maiores ameaças que ela enfrenta? Sem dúvida a ameaça à biodiversidade e conservação dos bens ali presentes, provocadas principalmente pelas queimadas.

Podemos tentar minimizar as ameaças, inicialmente com a sensibilização da importância da floresta, desenvolvendo tecnologias de monitoramento, controle e preservação da vasta área verde, manejo florestal e a valorização do uso das florestas. A World Wildlife Fund (WWF Brasil) relata que, atualmente, mais de 95% da produção madeireira vem da exploração predatória. A proposta do manejo florestal é a de não afetar a capacidade de recuperação plena da floresta após a exploração, com o projeto de Governança Florestal e Comércio Sustentável da Madeira da Amazônia.

Outro ponto muito importante a considerar são as Unidades de Conservação (UCs). A Amazônia possui a maior extensão de territórios protegidos, somando 314 UCs, contando com as 979 UCs públicas, em todo o Brasil. O governo elaborou um projeto de capacitação em prol da conservação de florestas tropicais do planeta em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA). A Força Nacional, em conjuntas da polícia, órgãos ambientais e representantes de órgãos estaduais, em 2020 conseguiu apreender 47 caminhões, 35 embarcações, várias máquinas agrícolas e escavadeiras.

Mesmo com projetos de preservação, dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) mostra que no primeiro semestre de 2022, a queimada na Amazônia aumentou 14% em relação ao mesmo período de 2021, e foram detectados 12.906 focos. Não podemos esperar que o Estado resolva tudo, a população local precisa estar engajada na causa!

O grande desafio é comungar a floresta, a exploração e a produção de bens minimizando o impacto que inevitavelmente será gerado, não só no local, mas teremos consequências desastrosas em todo o planeta.

Podemos atribuir essas consequências às ações antrópicas que muitas vezes são de cunho social, político e econômico. O crescimento econômico é essencial, mas o preço desse crescimento precisa ser monitorado pela população, por um governo responsável e comprometido com a grande riqueza que a floresta amazônica representa.

Então, temos o que comemorar? Inicialmente sim, afinal a Amazônia brasileira é nossa, e a população civil tem se comprometido com ela preservando e tentando perpetuar a cultura amazônica, mas do outro lado os governos precisam elaborar políticas públicas sérias, atuantes e factíveis de serem cumpridas.

Sandra Lopes de Souza, é administradora, mestre em Gestão Ambiental, coordenadora dos cursos de pós-graduação na área de Meio Ambiente do Centro Universitário Internacional UNINTER