Após 65 dias do início do mandato do prefeito Tiago Amaral (PSD), a pasta da Saúde enfim é ocupada oficialmente. A enfermeira e gestora em saúde Vivian Feijó assume a Pasta, uma das mais importantes da administração, após se desligar da superintendência do HU (Hospital Universitário.

Ela, que se destacou no comando do HU, inclusive durante o período da pandemia da Covid, terá muitos desafios pela frente na gestão municipal. Um dos dados divulgados na apresentação da secretária chama a atenção. Londrina tem hoje uma fila de 160 mil pessoas à espera de consulta com um médico especialista.

A demora no acesso a especialistas pode significar a progressão de doenças que poderiam ser controladas ou até mesmo curadas com diagnóstico e intervenção em tempo adequado. Pacientes com suspeita de câncer, por exemplo, enfrentam um risco ainda maior quando precisam esperar meses por uma consulta ou exame. Quanto mais tardia a identificação da doença, menores são as possibilidades de sucesso no tratamento. O mesmo ocorre com doenças crônicas, como hipertensão e diabetes, que demandam acompanhamento contínuo para evitar complicações severas.

Além do impacto na saúde do paciente, a fila de espera gera sobrecarga no sistema hospitalar. Muitas pessoas que não conseguem atendimento ambulatorial adequado acabam buscando socorro em unidades de emergência, aumentando a demanda por leitos hospitalares e elevando os custos para o sistema de saúde. Esse cenário reflete um problema estrutural que precisa ser enfrentado com medidas eficazes de gestão e investimentos na ampliação da oferta de serviços médicos especializados.

É inegável que a pandemia de Covid agravou essa situação, ampliando o passivo de atendimentos não realizados e deixando um rastro de atrasos em exames, consultas e procedimentos cirúrgicos. No entanto, passados os anos mais críticos da crise sanitária, os municípios precisam encontrar soluções para reduzir essa espera, seja através da ampliação de horários de atendimento, do credenciamento de mais profissionais ou da adoção de tecnologias que otimizem a triagem e o acompanhamento dos pacientes.

Em Londrina, um dos maiores desafios da nova secretária municipal de Saúde, Vivian Feijó, será justamente a busca por alternativas que desafoguem essa fila e garantam aos cidadãos um acesso digno à saúde. O direito a um atendimento médico eficaz não pode ser tratado como privilégio, pois se trata de uma necessidade básica do cidadão.

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