O Brasil é um país adulto e a tendência é de se tornar um país idoso, por isso, vou expor uma ideia importante e que pode se somar a outras já implementadas.

Existem locais no sistema viário que devem receber um tratamento diferenciado, onde o pedestre deve ter mais prioridade em relação aos meios de transporte e não é o que observamos na maioria das cidades brasileiras.

Minha sugestão é a implantação de faixas elevadas nas travessias que cruzam o calçadão , nas entradas de escolas e locais de muita movimentação de pedestres. Ela é válida porque é indicada para ser implantada onde a travessia de pedestres é concentrada. O veículo tem que subir para atravessar a via e não o pedestre que precisa vencer o obstáculo da guia para alcançar o piso do mesmo. Isso evidência a importância do fluxo de pedestres no local.

As pessoas idosas, aqueles que se restabelecem de um problema de saúde e as pessoas com deficiência ganham tempo e energia e, por consequência, aumenta conforto na travessia. Ao notar que está subindo no passeio, o motorista teria que negociar sua passagem com o pedestre, que percebe sua prioridade naquele espaço.

O ideal é que as faixas sejam feitas em concreto para dar mais visibilidade e com sinalização apropriada.

É preciso implantar também semáforo sonoro, para atender as pessoas idosas, de baixa visão e outras com maior deficiência visual, mesmo porque, as faixas sem o semáforo não proporcionam a segurança necessária.

O ministério das cidades tem o “Programa de Mobilidade Urbana”, que oferece condições para as cidades implantarem estes semáforos. Para se ter ideia do que vem a ser o pedestre procurei uma definição que acho da maior importância.

Whyte descreve bem o que vem a ser o pedestre: “O pedestre é um bem socia: ele também é uma maravilhosa e complexa unidade de transporte. Ele está contido em si próprio, e move-se para a frente com um campo de visão de 100 graus de abertura, além disso, alarga este campo com movimentos para quase 180 graus. Ele monitora uma tropa de equações : dois cruzamentos em frente e a esquerda, 290 pés por minuto, três a direita, com um ângulo de carro 30 graus e fechando, um par de pessoas ombro a ombro à frente, um semáforo começando a piscar Dont’ Walk. Em frações de segundo ele responde com claras trocas de acelerações e frenagens e ele sinaliza aos outros o que está fazendo. Pense nas ordens e computadores que poderiam fazê-lo. Engenheiros de transporte estão gastando milhões no desenvolvimento de sistemas automáticos para mover pessoas. Mas o melhor, de longe, é uma pessoa. (Whyte 1988).

Virgílio Moreira (engenheiro civil)