O trânsito é a principal causa de morte acidental de crianças e adolescentes no Brasil. Na Semana Nacional de Trânsito é importante que autoridades, médicos, educadores, pais e familiares aproveitem a data para pensar em estratégias para reduzir as taxas de violência no trânsito. Segundo uma pesquisa feita pela ONG Criança Segura, o Paraná é o quarto Estado com mais mortes de crianças causadas por acidentes de trânsito. De acordo com dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, em 2014 foram registradas 106 mortes com vítimas entre 0 e 14 anos nas vias urbanas e rodovias paranaenses. O número, igual ao do Rio de Janeiro, só é menor do que o de São Paulo (231), Minas Gerais (160) e Bahia (117). No mesmo período foram registrados 714 acidentes com crianças no Estado. Ainda com base nos dados da ONG, é possível perceber que os acidentes nesta faixa etária aumentaram 41,6% entre 2008 e 2014, mas por outro lado, se tornaram menos letais. Em 2008, o Estado contabilizou 175 mortes contra as 106 de 2014. Em sete anos, a redução de mortes de crianças no trânsito foi de 39,4%. Ao se analisar o intervalo de dez anos, a redução foi ainda maior, de 50%. Em todo o País, 1.654 crianças perderam a vida a bordo de veículos motorizados em 2014. Desse total, 34% eram passageiras de veículos, 29% eram pedestres, 11% estavam em motocicletas, 6% eram ciclistas e 20% dos casos entraram na categoria "outros". A diminuição no número de vítimas fatais pode ser interpretada por uma importante intervenção na legislação que, em 2010, tornou obrigatório o uso de cadeirinha nos veículos. Mas como a estatística continua em alta, é preciso agir, pensando em campanhas e estratégias para diminuir os acidentes. Uma das propostas de especialistas é mudar de sete para 11 anos a idade mínima para transitar como passageiro em motocicletas. É preciso levar em conta que as crianças são um dos grupos mais vulneráveis, pois seus corpos são mais frágeis e elas ainda não sabem reconhecer o perigo e nem avaliar corretamente a distância e velocidade de um veículo em movimento. Buscar inspiração em países desenvolvidos e considerados modelos em segurança é uma medida interessante. Nesses locais, por exemplo, a edução para o trânsito começa desde muito cedo e os adultos têm consciência de que são modelos de comportamento. Mudar essa realidade é uma obrigação do Estado e também da sociedade.