A Covid-19 no Brasil, depois de passar por momentos de recrudescimento, volta a apresentar aumento no número de casos em regiões em que parecia razoavelmente controlada. Na segunda-feira (21) os jornais noticiaram que depois de uma fase de estabilidade de mortes pela doença, o Sudeste voltou a apresentar uma alta. Como era de esperar, São Paulo e Rio de Janeiro puxam as estatísticas por se tratarem também de cidades mais populosas e mais vulneráveis. A região apresentou 23% de variação na média móvel de mortes. O Rio, com 69%, entrou em seu quarto dia consecutivo de aceleração dos registros de mortalidade. São Paulo, que não registrava alta desde 10 de agosto, voltou a apresentar aceleração de 27%.

Isso já era esperado e é quase impossível negar que as aglomerações públicas registradas no litoral tanto de SP quanto do Rio de Janeiro, bem como o frenesi do último feriado em torno de bares e locais de lazer, sejam a causa provável desta desestabilização. Coisa que os infectologistas insistentemente tentam repassar em suas entrevistas à imprensa sempre que há um boom no número de casos e de mortes. É previsível e matemático que após 15 dias de contato com pessoas infectadas os casos tendam a aumentar, o que parece ser a realidade no prazo do feriado de 7 de setembro até esta segunda-feira (21).

Em Londrina, as últimas estatísticas dão conta de que a média móvel de novos casos por dia é de 118, e a média móvel dos últimos 7 de dias é de 116,6, segundo dados divulgados nesta segunda-feira. A expectativa, depois de dias de isolamento em que a abertura dos bares, por exemplo, e das áreas de lazer foi limitada é que haja um recrudescimento. Mas é sabido que aberturas e fechamentos sucessivos em curto espaço de tempo não condizem com a necessidade de um tempo de isolamento que seja determinante para o controle da expansão da doença.

Continuam valendo os protocolos de prevenção da Covid, como o uso de máscaras e álcool em gel, mas, sobretudo, é determinante que nos espaços públicos ou mesmo privados - como as casas e condomínios - seja evitada ao máximo a aglomeração de pessoas. Estamos longe de uma solução para um problema de dimensão mundial e, até prova em contrário, só a descoberta e distribuição de uma vacina em larga escala poderão nos livrar definitivamente deste que está sendo considerado um dos flagelos do século 21. Os melhores prognósticos estimam que haja uma vacinação em massa nos primeiros meses de 2022. Até lá, todo cuidado é pouco. Em muitas décadas, desde os surtos de varíola, o Brasil não vivenciava um problema tão grave de saúde pública. O problema, desta vez, é complexo pelo desconhecimento da ciência em relação ao novo coronavírus, que nos fez retroceder aos riscos do início do século 20, quando a varíola fez milhares de vítimas no País.

A FOLHA deseja muita saúde aos seus leitores!