Os testes de pelo menos uma das vacinas que estão sendo criadas contra o novo coronavírus dá sinais fortes de que ela será concluída com sucesso. Segundo artigo publicado nesta segunda-feira (20) na revista médica inglesa Lancet, o produto em desenvolvimento pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca é segura e produziu resposta imune em voluntários saudáveis que participaram de ensaios clínicos iniciais.

A vacina experimental não causou efeitos adversos graves e provocou respostas imunes de anticorpos e das células T, que são outras células de defesa do corpo humano. Um dos autores do estudo, o professor Andrew Pollard, da Universidade de Oxford, disse que os resultados apontam no sentido de que o sistema imune se lembrará do vírus e, assim, a vacina protegerá as pessoas por um longo período.

Ele lembra, porém, que serão necessárias mais pesquisas antes da confirmação de que a vacina é eficaz em proteger contra o coronavírus e por quanto tempo a proteção vai durar.

A vacina de Oxford, como está sendo chamada, é uma das mais avançadas entre as 163 que estão sendo produzidas na corrida contra o coronavírus.

Ela já está na fase três, última antes da comercialização, e os resultados apresentados pela Lancet se referem à fase inicial, que tem como objetivo analisar a segurança de uma droga ou vacina.

As fases 2 e 3 do estudo estão sendo feitas também com pacientes brasileiros, do Rio e São Paulo, em parceria da Oxford com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Essa aliança é importante porque caso comprovada a eficácia da vacina, haverá transferência de tecnologia para que a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), do Rio de Janeiro, produza o medicamento.

Outro teste em fase final em parceria com o Brasil é o do laboratório chinês Sinovac, que prevê transferência de tecnologia com o Instituto Butantan, de São Paulo, que pode vir a produzi-la em larga escala.

Nesse momento em que o Brasil passa de 2 milhões de casos de Covid-19 e acumula mais de 80 mil óbitos pela doença, a eficácia de uma vacina é o que a humanidade mais espera.

A pandemia exige uma força-tarefa gigante de laboratórios de todo o mundo para a descoberta de uma imunização segura contra o coronavírus. Encontrar a vacina em tempo recorde é prioridade e a esperança de que 2021 seja diferente.

A FOLHA deseja saúde para os seus leitores!