Concorrentes não existem - Walmor Macarini
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 06 de janeiro de 2000
Concorrentes não existem
Walmor Macarini
Os propósitos de fim de ano não podem ser facilmente esquecidos logo que entramos na rotina do ano novo. Porque o ano será bom se o fizermos bom. E para fazê-lo bom temos que começar por mudar nossa atitude mental, abandonando velhos hábitos que comprovadamente não deram certo, e partir para novos padrões. Não é tão difícil. Se começamos, logo nos acostumamos.
Já temos escrito sobre mudança de atitude mental eis que tudo, primeiro, começa na mente e é sempre bom repetir que uma das mágicas é almejar, além do próprio sucesso, o sucesso dos outros. Não importa o que estão fazendo os outros com relação a nós, porque eles não são nosso modelo. Nós é que somos nosso modelo.
Todos nós, vez ou outra, nos flagramos com uma pitada de inveja do sucesso alheio, e ficamos buscando explicar com inventos como o de que, se fulano está ganhando tanto dinheiro, deve estar fazendo alguma coisa desonesta, porque justificamos nós meu negócio é idêntico e neste ramo não existe milagre. Ok, mas por que temos que estar sempre fazendo julgamentos? Primeiro, não sabemos o que realmente ocorre, e aí já começamos por ser, nós sim, desonestos. A razão de seu sucesso pode ser que ele, simplesmente, está sintonizado com idéias de sucesso, então aí está o milagre.
Mas o mal, sobretudo quando avaliamos aqueles que denominamos nossos concorrentes, é que entramos num campo de vibração negativo, e os prejudicados somos nós mesmos, porque tudo o que vai, retorna e nos atinge, como um bumerangue. O círculo se fecha e tudo retorna para o lugar de onde partiu. Porque alguém tem que pagar essa conta... É verdade que pessoas muito negativas absorvem com mais facilidade as negatividades e pragas alheias, eis que operam na mesma sintonia, mas aí o prejuízo é ainda maior para nós, porque temos que pagar pelo que ocorre a elas e pelo que ocorre a nós. Pagar pelos dois... Daí dizer-se: colhemos o que semeamos.
Em muitos casos, temos que prestar contas pelos males que nos ocorrem, porque os motivamos, e isto é que se chama sofrer e ainda pagar. Porém a maioria acredita que, pelo sofrimento, ganhará depois a recompensa divina. Nem recompensa, nem castigo, eis que não é função divina essa incumbência. A verdade é que nós mesmos, cedo ou tarde, aqui ou depois, chegaremos à compreensão de que nosso sofrimento, no mais das vezes, foi consequência de negligência nossa então nossa consciência das coisas é que cria um estado de paz (a recompensa) ou de remorso (a punição). As iras divinas, como está escrito ipsis literis, ou as recompensas, não são iras nem recompensas, mas a manifestação sábia dessa lei.
E concorrentes, existem? Se lidamos com o mesmo negócio, então não somos concorrentes, somos parceiros! Já que nossos clientes-alvo são os mesmos, então operamos na mesma faixa! Quem joga no mesmo time não é concorrente! Questão de enfoque, e mudar esse conceito é o que se chama mudar de atitude mental. Os bons resultados que isto traz são surpreendentes, porque é a mente que comanda todas as coisas. Devemos estar sempre buscando fazer o melhor, não para vencer nossos concorrentes, mas porque esta é nossa obrigação. E que se faça não com o espírito de disputa, mas por respeito ao cliente.
A verdade é que gastamos mais tempo de olho no concorrente que no cliente. E, muitas vezes, temos feito muito por esfolar os dois... Aí não há negócio e resistência humana que aguentem!
Temos dito que um vizinho concorrente, que chega, não é um adversário, mas um aliado, porque tem algo em comum conosco: busca clientes idênticos. Se um atrai um número deles, dois atrairão não só o dobro, porém muito mais. Questão de saber que assim é, e assim acontecerá. Os iguais se identificam, se aproximam e se reforçam.
Quanto mais boteco na mesma rua, mais bebedor de cachaça aparece no pedaço...
Algo que sempre escrevo é que a soma de pensamentos, palavras e ações de todos os dias forma a atmosfera da pessoa. Essa atmosfera, se for má, atrairá as coisas más; se for boa, atrairá as boas. O acaso não existe.
Temos que permitir, como hábito mental, que a riqueza flua por todos os lados e isto inclui nossos ditos concorrentes porque se estivermos rodeados de pobres acabaremos pobres também. As nações mais poderosas já começam a despertar para esta sabedoria.
Buscar a riqueza não é nenhum mal, importa os métodos utilizados para buscá-la e o que faremos dela. Mas para obtê-la temos que criar em nós idéias de riqueza, preparar um cofre grande em nossa mente, porque se for um cofrinho, só caberão algumas moedas...
A vida nos dá o que esperamos dela.
Walmor Macarini é jornalista em Londrina