É tempo de extraordinariedade. Não há certeza sobre a saúde, a economia, os empregos, nem sobre a dinâmica das relações interpessoais. Em momentos de total incerteza sobre vários aspectos e receio do futuro, a vontade de ajudar o próximo ganha cada vez mais força entre os brasileiros, inclusive no meio empresarial. É tempo de unir forças extraordinárias em prol do que é mais urgente.

É verdade que nem todas as empresas – assim como nem todos seus líderes e nem todos cidadãos - partilham de um sentimento de coletividade e muitas corporações têm acentuado os impactos negativos anunciando medidas que em nada colaboram para superação dos prejuízos. Se acumulam exemplos de empresas que alargam as distâncias entre a população mais impactada e aquela que poderia ajudar. Outras, ainda bem, conscientes de sua responsabilidade social e da necessidade de superar a maior crise global, desde a Segunda Guerra Mundial, se somam aos que estão oferecendo ajuda, como forma de minimizar os efeitos nefastos atuais da crise sanitária que estamos vivendo, e os impactos preocupantes que sentiremos na economia.

Presenciamos todo tipo de demonstração de solidariedade, desde empresas doando equipamentos e/ou insumos a hospitais, outras do segmento têxtil, parando suas produções rotineiras para se dedicar a produzir máscaras de proteção e distribuindo-as aos segmentos mais expostos aos riscos de contágio. Cervejaria e gigante da indústria de cosméticos produzindo e doando toneladas de álcool em gel. E os exemplos não se restringem apenas no sentido de ofertas de empresas para pessoas físicas. Empresas de tecnologia oferecem, sem nenhum custo, plataformas de vídeoconferência para que outras organizações possam continuar realizando reuniões e, mesmo que de uma forma limitada, deem continuidade aos seus negócios e por consequência a cadeia produtiva não seja quebrada.

As iniciativas solidárias não partem apenas de grandes corporações. São inúmeros casos de empresas de médio e pequeno porte ofertando, dentro de suas limitações, alguma forma de apoiar e ajudar nessa luta. Oferecer de forma gratuita aquilo que fazemos de melhor, no intuito de contribuir para o combate aos impactos negativos que a pandemia da Covid-19 está causando e ainda causará, é fundamental. O momento é crítico, e como toda situação com esse status, requer atitude e ações de alto impacto.

Essa solidariedade é essencial para salvar vidas, e não menos importante no objetivo de sustentar a economia de pé, mesmo que cambaleante. Toda cadeia produtiva está interligada, uns segmentos em primeiro grau, outros de uma maneira mais distante, mas nenhum é independente. É importante para todos, independentemente do tamanho, contribuir para que essa cadeia não se rompa. Ajudar os que mais estão expostos aos impactos e salvar tantos quanto for possível é uma “poupança” de médio prazo, que refletirá diretamente na retomada pós-crise.

De alguma coisa todos podemos ter absoluta certeza: alguns paradigmas cairão por terra após essa crise, hábitos sofrerão mudanças, novas maneiras de fazer coisas que, até então, eram velhos hábitos.

Retornaremos mais fortes. E essa força virá da ruptura com práticas conservadoras e, em grande parte, ultrapassadas. Ganharemos velocidade, produziremos e entregaremos mais em menos tempo, nossas ações abrangerão e beneficiarão mais pessoas e organizações. Até lá, vamos seguir firmes nos apoiando, ombro a ombro, para que todos possamos atravessas essa tormenta!

Clodoaldo Oliveira, diretor executivo da JValério FDC