Branco nunca mais!
Tenho 17 anos, fiz vestibular este ano e, infelizmente, não passei. Não vou fazer cursinho, mas vou me preparar melhor: toda tarde vestirei uma sunga de banho e irei para o clube nadar e tomar banho de sol das 8 da manhã às 6 da tarde. Depois dessa difícil maratona, farei vestibular no Rio de Janeiro, onde a cota para estudantes negros já é válida, e lá passarei na UERJ, declarando-me pardo e roubando a vaga de um ''branquelo'' qualquer que ficou estudando o ano inteiro e será obrigado a estudar mais outro ano, a menos que entre na justiça e roube a minha merecida vaga.
Concordo com a reserva de cotas porque os negros foram escravizados 500 anos atrás, e mesmo quando abolida a escravidão nenhum subsídio foi dado a eles para que se estruturassem na sociedade. A questão é a incompetência do governo em dar à população pobre (em sua maioria negra) uma educação pública de qualidade. O caminho mais fácil que o governo encontrou foi cortar o mal não pela raiz, mas pelo galho mais novo dessa árvore problemática chamada educação. Esta árvore está oca e podre; só tem um galho dela que é forte e tende a crescer ainda mais, derrubando-a: o galho das escolas particulares. Acho que também deveria ser criada uma cota empregatícia, pois só assim conseguirei um emprego também!
PEDRO FAUTH MANHÃES MIRANDA (estudante) - Londrina
Acorda Brasil
Até quando vamos suportar e sobreviver aos índices de aumento todos os dias? É combustível caríssimo, taxas de água, luz, telefone, despesas e mais despesas lançadas muito sutilmente em nosso orçamento. E nós o que estamos fazendo? Assistindo novelas, big brothers e aceitando naturalmente todos estes abusos que nos deixam cada dia mais sem condições de suprir nossas necessidades e de nossa família. Basta! Precisamos nos unir. Não dá mais para continuar assistindo de camarote a tudo isso. Ou acabamos com estes abusos ou seremos soterrados por eles. Acorda povo brasileiro!
ROSALINA DA PENHA DIAS MARTINS (assistente administrativo) - Londrina
Lucro dos agiotas
Agora entendo o porquê da nomeação do banqueiro Henrique Meirelles para o Banco Central. Ao assumir, a taxa de juros era 25% o que já é um roubo ao nossos bolsos a dos USA é 1,25%. Em janeiro, aumentaram para 25,5. Só de lucro, os banqueiros e agiotas internacionais ganharam com os títulos públicos R$ 13 bilhões. Agora, passaram de 25,5 para 26,5%. Dedução lógica: vão ganhar mais R$ 26 bilhões sem gerarem nenhum emprego ou nenhuma contribuição ao Fome Zero, que não decola. Também pudera, sustentar banqueiros e agiotas com pato selvagem e salmão defumado não vamos conseguir as três refeições para os pobres. Será que o deputado Babá e a senadora Heloísa Helena não têm razão?
JOSÉ PEDRO NAISSER - Curitiba
Menor e crimes
Cara promotora dra. Edina, tive o prazer de ver respondido meu ''desabafo'' como referiu-se a sra. Agradeço desde já a atenção dispensada. Mas cabe discutir alguns pontos. Em primeiro lugar, fico sensibilizado pela oferta de estágio, embora o preferisse fazer em nível acadêmico. E com relação à minha habilidade, tendo concluído o 1º ano do curso de Direito da Metropolitana com média geral 9.9, acho que tenho habilidade suficiente.
Cumpre-me, entretanto, o dever de questioná-la acerca de alguns pontos. Temos acompanhado diariamente Londrina ser tragada pelo inferno, enquanto os responsáveis pela questão da criança e do adolescente preferem tratar o assunto em termos emocionais, como na carta publicada nesta coluna pelos Conselhos Tutelares de Londrina, onde, aí sim, utilizaram-se chavões, como ''paradigma'', ''exclusão'', ''inclusão''.
Ocorre, promotora, que menores em Londrina com diversas passagens continuam praticando os mais variados crimes e estão morrendo quase que diariamente. Enquanto isso, trabalhadores e famílias continuam tombando vitimados por adolescentes sem o menor respeito pelas leis e, quando as coisas dão errado, apressam-se em gritar ''sou de (sic) menor''. Finalizando, ainda com respeito à minha habilidade, como vítima, e vendo minha mãe, mais de 6 meses após o ocorrido, ainda em pânico por ter tido sua casa invadida e ter sido feita refém, considero que manifesto o pensamento de todas as famílias de Londrina que já passaram por essa situação.
HWIDGER LOURENÇO FERREIRA (empresário) - Londrina
Correção
- Diferentemente do que foi publicado na edição de ontem do Caderno Cidades, o nome do gerente da empresa Recoflan que é considerado foragido da Justiça é Antônio Marcos dos Santos e não Antônio Marcos da Silva.