CARTAS 4/10 - O dilema do preço dos combustíveis
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segunda-feira, 04 de outubro de 2021
CARTAS 4/10 -
O preço elevado dos combustíveis é uma grande preocupação. Impulsionado pelos preços internacionais do óleo – que balizam o mercado – o litro da gasolina esbarra nos R$ 7,00, o diesel está acima dos R$ 4,00, e o botijão de gás já passa dos R$ 100. Os reclamos com o preço dos derivados do petróleo são habituais no Brasil, mas agora, dentro da polarização política vivida, vemos governadores alinhados à oposição “culpando” a Petrobras, que diz apenas cumprir suas obrigações (até porque possui ações no mercado) e, por sua vez, o presidente e o governo federal, que já zeraram o imposto do diesel e do gás e mantém os mesmos níveis praticados desde 2019 sobre os demais combustíveis, exortando os governadores a abrirem mão de parte do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que arrecadam junto às bombas de abastecimento. A petroleira se defende dizendo que a gasolina sai de suas refinarias a R$ 2,00 o litro (equivalentes a 33,4%) do valor registrado nas bombas dos postos. O resto é 11,3% de tributos federais (CIDE, PIS-Pasep e Cofins), 27,7% de ICMS (estadual), 16,9% de álcool anidro adicionado e 10,7% de margem de transporte e comercialização.O projeto de Lei Complementar nº 16/2021, de autoria do Executivo, que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputado, busca unificar em todo o país a alíquota do ICMS sobre gasolina, diesel, biodiesel, etanol e gás natural e de cozinha, além de vários outros derivados de petróleo. Mas as bancadas articulam um substitutivo que não mexe nas alíquotas e apenas determina que o valor do ICMS passe a constar do cupom fiscal do vendedor varejista. É a pressão dos governadores para poder continuar arrecadando conforme sua ótica e vontade. O setor dos combustíveis é sensível estratégico. Todos dependemos de seus produtos, direta ou indiretamente. Se os caminhoneiros, insatisfeitos com o preço do diesel, voltarem a parar, em poucos dias faltarão os outros combustíveis, alimentos, medicamentos e todos os produtos que dependem de transporte. Também pararão as indústrias por falta de matéria-prima e de energia para acionar suas máquinas. É preciso que os governos federal e estaduais busquem um acordo e o Congresso Nacional o referende, antes que haja o colapso.Precisamos de providências imediatas para evitar o descompasso do mercado de combustíveis.
Dirceu Cardoso Gonçalves (dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo) - São Paulo
Gênesis
No tempo de síndrome da ignorância humana, Moisés superou todas as dificuldades e escreveu cinco livros - um deles é o Gênesis que acabou reproduzido uma novela TV. Benqueira-me escrever sobre isso, até porque a história da vida de Moisés é tão emociante quanto a vida de José. Como se sabe, José foi vendido ao Egito pelos seus próprios irmãos, depois de ser maltratado por eles. É verdade que José sofreu muito, mas não tal qual foi Moisés. José foi um filho especial, abençoado e amado por seu pai Jacó (neto de Abraão). O mesmo não ocorreu com Moisés - ele nunca foi abençoado, aliás nunca viu seu pai. Observe o trecho do capítulo dois do livro do Êxodo escrito por ele mesmo: "No ínterim, certo homem da casa de Levi foi e tomou uma filha de Levi. E a mulher ficou grávida e deu à luz um filho,. Quando ela viu quão bem-parecido ele era, manteve-o escondido por três meses lunares. Quando não o pôde mais esconder, então tomou para ele uma arca de papiro e revestiu-a de betume e piche, e colocou nela o menino e a pôs entre os juncos à beira do rio Nilo". O bebê Moisés foi salvo, talvez, porque sua irmã postou-se a certa distância para interceder e acompanhar seu irmãozinho nesta cena tão comovente. Apesar disso, Moisés não emaranhou e manteve-se fiel em comedimento - sua perspicácia divina direcionava lhe a escrever os livros bíblicos no deserto. Onde não havia mesa para escrever, nem cadeira para sentar. Ele viveu até 120 anos, morreu em 1500 A.C. (mais ou menos) e foi enterrado na terra de Moabe. Eis aqui uma boa lição de vida aos jovens de hoje.
Osamu Arazawa (contador) - Londrina