Imagem ilustrativa da imagem CARTAS 29/9 - Justiça, um conceito em constante transformação
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John Rawls associa o conceito de justiça à equidade, aos direitos individuais e à imparcialidade. Desta forma, ela pode ser feita sem ver a quem. Ainda, ela deve ser estabelecida como um ponto de vista comum. Isto é fundamental para o funcionamento de uma sociedade bem ordenada na qual cada indivíduo aceita e tem consciência de que os outros também reconhecem os mesmos princípios. É dessa forma que podemos gerar cooperação social entre os membros desse grupo, mas o trabalho não termina por aí, pois assim como tudo na história, a própria ideia de justiça também passa por transformações. Pode soar estranho, mas a justiça “nem sempre é justa”. Para chegarmos à atual concepção, muitos erros foram cometidos. Por exemplo, atitudes absurdas como julgar alguém com base na sua cor ou religião era algo banal no começo do século de 19. Foi por meio da análise das consequências desses graves erros que o nosso conceito de justiça pôde ser aperfeiçoado. Sem esse estudo, poderíamos estar ainda mais presos aos erros do passado. Para ser menos abstrato, trago um exemplo. Trata-se de um dos maiores erros jurídicos do século passado: o “Caso Dreyfus”. A situação envolveu um indivíduo chamado Alfred Dreyfus. Ele era capitão do exército francês e tinha origem judaica. Tudo começou quando ele foi acusado de Alta Traição, mas as provas contra ele eram muito frágeis. Em tempos não tão remotos, talvez, o simples fato de ser judeu já seria suficiente para incriminar alguém, mas, felizmente, muitas pessoas ficaram indignadas com o fato de a religião do réu pesar contra ele, inclusive o escritor francês Émile Zola, que escreveu uma polêmica carta ao governo francês e que ficou conhecida como J’Accuse. Na Carta, Émile Zola trabalhou a fim de sensibilizar o governo francês quanto à sentença injusta imposta contra Dreyfus. De acordo com o autor, aquela poderia ser uma das maiores bizarrices jurídicas da história recente francesa e, estudando as provas de forma o mais imparcial possível, acabou acusando um alto comandante Charles-Ferdinand Walsin Esterhazy de ter forjado o documento “le bordereau”, que foi uma das “provas” que supostamente comprovava a culpa de Alfred Dreyfus. Por fim, ressalto que, na condição de aluno do ensino médio e cidadão preocupado, neste texto busquei refletir sobre o conceito de justiça tendo em vista a sua relação com o tempo, afinal, tudo pode ser transformado ao longo da História. Preocupado em não trazer apenas ideias abstratas, amparei-me em autores e acontecimentos históricos para construir meus argumentos. Em se tratando da justiça, não há espaço para achismos.

Miguel Akira Marcon Tanno (estudante) - Londrina

Estado de sítio

O Brasil está vivendo em estado de sítio declarado pelas circunstâncias advindas do governo que ofendem nossos parceiros comerciais, que não têm noção de comércio exterior, de diplomacia e pensa que governar é como um picadeiro, onde se fazendo graças, piadinhas tudo acaba bem? Não sabe que, por atitudes assim, o dólar fica mais caro somente aqui, pois os investidores correm como o diabo corre da cruz. Muitas pessoas terão que voltar para debaixo da ponte, ao fogão a lenha, lamparina, água de poço, carro de boi, remendar roupas, pregar botinas, máquina de escrever, máquina de costura a pedal, voto no papel de embrulhar pão, como no sítio. Onde fomos amarrar nosso burro? Os direitos dos trabalhadores foram suprimidos com a promessa de geração de empregos e nada, mais desemprego ainda, o gás prometido a 30 reais e muitos inocentes acreditando! Seria a síndrome da mulher do malandro? No dia que ele a trata bem ela fica desconfiada? Nosso país não merece tantas tragédias em apenas 4 anos, poderiam ser diluídas em mil anos. Nem tudo que está ruim não pode piorar mais ainda. Seria o mesmo que dizer: o fundo do poço não existe no Brasil, foi uma maneira de iludir os otimistas.

Manoel José Rodrigues (assistente administrativo) - Alvorada do Sul

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