Imagem ilustrativa da imagem CARTAS 16/10 - O impacto dos discursos na democracia
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“Nós vivemos tempos estranhos.” Essa é a forma como um professor muito querido sempre se refere ao atual momento no qual vivemos. Dias de discursos de ódio e ofensas. Dias de negação à ciência e impacto naqueles que lançam a própria sorte, o seu direito à vida e o direito do outro de querer viver. Dias no qual o Estado Democrático de Direito é ameaçado, por aqueles que deveriam salvaguardar a perpetuação da nobre Constituição, advinda após 21 anos de violações de direitos... E, realmente, além de tempos estranhos, são tempos difíceis. A vida nos lembra um filme no qual percebemos que a cada fase da nossa trajetória, as palavras de alguém tiveram impacto essencial na construção do “eu” atual. Agregaram de alguma forma na tomada de decisões, na escolha por uma profissão ou um estilo de vida. Tornaram-se guias na caminhada de um sonho ou na realização de atividades grandiosas, sejam elas boas ou ruins. E mostra-se interessante como palavras podem às vezes mudar o curso de uma vida, seja em âmbito individual, ou de uma coletividade de 210 milhões de pessoas. Nos últimos meses, diversos discursos foram utilizados como estrutura concreta na disseminação de caos. E de caos o Brasil compreende perfeitamente. Com mais de 600 mil mortos, a preocupação central desde o início da pandemia, foi: “como vamos salvar a economia?”, mas engraçado, pois até mesmo para aqueles que priorizaram a vida, a economia quebrou drasticamente. E assim, uma pequena fala, cria um estrago monumental Para uma nação que era referência mundial na imunização de pessoas, bastou negar o perigo e rejeitar a ciência publicamente, para que hoje encontrem pessoas resistindo à vacina e compactuando com a temida morte buscando sonhos e vidas. E, mais uma vez, uma simples frase causando caos. São palavras de ódio às instituições democráticas e à diversidade, palavras contra a vida e a liberdade, insinuações de violência e resquícios de períodos obscuros da história que transformam realidades em caos. Para um nobre personagem de filme, as palavras são uma fonte inesgotável de magia, que podem até mesmo causar grandes sofrimentos. O discurso pronunciado por um indivíduo deve ser cuidadoso, mas ainda mais, por alguém que possui visibilidade ímpar em uma República. Não dá para soltar palavras ao vento, e não esperar que o próprio vento as devolva em forma de dias ensolarados ou de tempestades.

Nataly Cassaniga Resende (acadêmica de Direito) - Londrina

Patrulha Pet: esclarecimento

Utilizando meu direito de resposta referente a cartas publicadas neste espaço nos dias 14 e 15 de outubro em que cita meu nome e também dois de meus projetos de lei, esclareço que o PL 223/2021 que autoriza a instituição da Patrulha Pet no município de Londrina não cria nenhuma nova função à GM, também não altera o orçamento, visto que a Guarda Municipal já atua frente aos crimes de maus tratos contra os animais. O objetivo da Patrulha Pet é que seja uma patrulha específica e treinada para melhor atender essas demandas, assim como há a Patrulha Maria da Penha. Ademais, como bem nos ensina a Teoria do Link um(a) agressor(a) de animais é um(a) potencial serial killer, sendo que já comprovado também que quem pratica o crime de maus tratos aos animais, também comete de violência doméstica, portanto, a repressão de um crime, já reprime a prática de outro. No mais, em nenhum artigo do PL requer número de GMs e viaturas, como diz o caro leitor. Outro citado foi o PL 224/2021 que autoriza a entrada e permanência de animais domésticos em repartições públicas, a instituição do Pet Day que já vem sendo adotado por muitas empresas dado os enormes benefícios já comprovados, como redução do estresse, maior humanização, criatividade, satisfação organizacional, produtividade reduzindo o absenteísmo. No mais, diferentemente do que fora apontado pelo leitor ao dizer que seria uma “zorra”, prevê o projeto que cada órgão público definirá as regras que melhor se adequem ao espaço e funcionamento, além de ser imprescindível que os animais sejam sociáveis, estejam higienizados e com saúde, comprovadamente, mantendo assim a ordem, segurança e limpeza do local. Ressalto, portanto, a importância da leitura, interpretação de texto e sobretudo a responsabilidade ao externar opiniões e informações.

Daniele Ziober (vereadora) - Londrina