CARTAS - Quem é esse povo?
PUBLICAÇÃO
sábado, 11 de setembro de 2021
CARTAS 12/9

Prezado sr. Nikolas P. Silva, ao ler o seu comentário (Opinião do Leitor/09-09), restou-me posicioná-lo sobre seus questionamentos, já que talvez em função do seu doutorado esteja desatualizado de informações. Sobre a afirmação de nosso apoio a “reformas autoritárias (em bom Português: golpe de Estado)“, conforme sua escrita, resta-nos respeitar sua opinião sem debatê-la, pois, será de pouco proveito. Sobre seu questionamento quanto a "Quem é esse povo", alguns esclarecimentos: os que vendem são trabalhadores, como qualquer outro, que encontraram uma oportunidade de viabilizar recursos diante das atuais dificuldades, que merecem nosso respeito, inclusive! Sobre os locais de abordagem, como o senhor mesmo afirmou, estavam em posição estratégica para bons vendedores: trânsito intenso, poder aquisitivo, disponibilidade e interesse em comprar. Simples assim! Sobre aqueles que compravam, provavelmente, foram os empresários que geram empregos e profissionais estabelecidos que pagam impostos, produzem riqueza e necessitam de um ambiente econômico, social e de segurança jurídica adequados para continuarem gerando empregos e oportunizando a todos os cidadãos de índole positiva e força de vontade viverem num país maravilhoso como o nosso.
Adalberto Baccarin (cirurgião dentista) - Londrina
Uma mácula na história democrática de Londrina
Foi com muita tristeza e preocupação que assistimos um deputado que nos representa em Brasília, vereadores da nossa Câmara e entidades representativas da cidade avalizarem o discurso intempestivo do presidente Jair Bolsonaro, nas manifestações de 7 de Setembro, propondo uma ruptura institucional no país. Londrina tem o condão da democracia e sempre foi uma importante trincheira na luta contra regimes ditatoriais, mas, desta vez, marchou de braços dados com a aventura, com a inconsequência e com a irresponsabilidade de uma fatídica atitude antidemocrática. A reverberação de um permanente discurso incivilizado do mandatário mor da nação, que nos causa vergonha e constrangimento, aliado às mensagens que traduzem o baixo nível de politização de alguns manifestantes, expostos nos cartazes que empunhavam, completaram o quadro da lastimável estocada na alma democrática londrinense. Nas avaliações do "day after", demonstrando terem sido pegos de surpresa com o deplorável comportamento de Bolsonaro nas manifestações de Brasília e São Paulo, os líderes da passeata em Londrina tentaram minimizar as consequências negativas do episódio, com argumentações que chegam ser hilárias, se não fossem trágicas: "O presidente tem um jeito próprio de se expressar", "prevaleceu a democracia", "esperamos que os impactos não sejam tão sérios", entre outros subterfúgios, foram algumas embaraçosas justificativas. A Londrina, que sempre combateu o autoritarismo e que é vista como importante berço democrático da nação, não precisava ser palco de um apoio desbragado a quem nutre a vontade de governar à margem da democracia. Lamentável!
Ludinei Picelli (administrador de empresas) - Londrina

