Imagem ilustrativa da imagem CARTAS - Quem é esse povo?
| Foto: MAURO PIMENTEL / AFP

Nos dias que antecederam àquele em que prometia ser a maior agitação social em prol de reformas autoritárias (em bom português: golpe de Estado!) observei em meio aos belos ipês que floriam a cidade, pessoas vendendo camisas, bandeiras e outros adereços nas cores verde e amarelo. Símbolo já conhecido destes que reivindicam o tipo de mudança mencionado. Em termos das leis mais basilares da economia (oferta e demanda), chamou-me a atenção encontrar esses vendedores em espaços que concentram imóveis de alto valor econômico, refiro-me às avenidas Ayrton Senna e Maringá, mas não encontrá-los nas diferentes ruas do Conjunto Cafezal. Não obstante, notei também que os automóveis adornados, assim como os imóveis, possuem um alto valor de mercado. Por último, o contraste entre a pele dos compradores e vendedores também era perceptível. Diante desta situação de “A palo seco”, como cantou Belchior, uma pergunta tem ocupado minhas reflexões: quem é esse povo?

Nikolas Pallisser Silva (doutorando em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos) - Londrina

Vacinas vencidas

Lendo a reportagem publicada dia 08/09 sobre as vacinas, testes e remédios supostamente vencidos que a "Folha de S.Paulo" encontrou ao analisar algumas planilhas conseguidas do Ministério da Saúde, fiquei com muitas dúvidas. Isto, porque a reportagem, de página inteira, apresenta diversas opiniões sobre os fatos relatados e muito pouca informação objetiva sobre o que é informado. Não há informação consistente sobre os nomes dos remédios, sua aplicabilidade, suas datas de compra e suas datas de validade. A impressão que ficou é que todos tiveram suas validades vencidas até 2018, ao ler alguns trechos da reportagem. Se isto for a realidade, por que não informar que tudo se passou em governos anteriores e que os medicamentos apenas aguardam a sua destruição, como de praxe? Por que fazer a manchete "Governo deixa vencer R$ 243 mi em vacinas, testes e remédios", deixando subentendido que o problema é do atual governo e o que está vencido tem relação com o vírus chinês? Se o assunto engloba as duas vertentes, por que não apresentá-las, separadamente?

Nina Cardoso (psicóloga) - Londrina