CARTAS - Paulo Guedes
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 30 de setembro de 2021
Claudemir Scalone - Especial para a FOLHA

No momento em que o Brasil atravessa uma de suas piores crises econômicas, o presidente da República e seu ministro da Economia desafiam nossa compreensão dos fatos, ao não reconhecerem um milímetro de suas respectivas responsabilidades pela catástrofe gerada durante a eleição e executada desde 1° de janeiro de 2019. Os estoques reguladores de grãos, por exemplo, foram exterminados numa canetada de Paulo Guedes logo de início, em nome de seu sacrossanto liberalismo, o que certamente contribuiu para a carestia que dói no bolso de todos, mas muito pior nos pobres. O Chicagoboy ou Pinochetboy acha que vê o que ninguém mais vê. Na verdade, nunca falou coisa com coisa, mas o tal mercado e grande parte da imprensa comprou de barato a genialidade do “Posto Ipiranga”, que a cada dia que passa se revela uma retumbante fraude. Até os alicerces do Plano Real, esse sujeito está fazendo ruir. Não abriu um mercado sequer em três anos, mas criou caso com dois dos nossos maiores parceiros, China e Argentina. Tal como Dilma Rousseff e sua nova matriz econômica, Guedes pretende reinventar a roda. Acontece que o máximo que consegue é criar uma nota de 200 reais (inflacionária) e dar calote em precatórios (Dilma caiu por menos), em nome do populismo mais indecoroso, afinal, estoura o cofre em nome de votos daqueles que ele odeia, os pobres e miseráveis. Talvez, Guedes conheça Chicago, terra de Al Capone, e o Chile de Augusto Pinochet, mas sem dúvida, não conhece nada de Brasil.
Sandro Ferreira (representante comercial) - Ponta Grossa
Bandeira preta para o apagão energético
Ainda não são as centúrias de Nostradamus, mas sim o troco da natureza aos governantes insensatos que nunca se preocuparam com a preservação da natureza e da vida. Agora, saiu a primeira sentença da natureza contra os governantes via Usina de Belo Monte. Gastaram na sua construção R$ 40 bilhões, destruíram as reservas indígenas para a formação do lago que movimentaria 19 turbinas e iriam gerar 11.233 MW, sendo a quarta maior hidrelétrica do mundo. Na época da construção quando especialistas diziam que ela funcionaria somente por três meses ao ano, todos riram, fizeram chacota com os indígenas. Agora, com a enorme estiagem a usina só funciona com meia turbina. O que se vê no lago é o barro que vem do rio Xingu e pode durar bastante essa crise hídrica. Esse é o troco da natureza para a nau dos insensatos que insistem na marcha da insensatez e não cuidam dos nossos rios, nascentes e agora dos biomas como o cerrado, pantanal e Amazônia que ardem em chamas. Essa é a realidade que pode piorar mais ainda, porque além da crise energética, poderemos ter a crise da água para aliviar a sede dos milhões de brasileiros. Com tristeza pela nossa biodiversidade e as gerações futuras. Se preparem para acender os lampiões a querosene.
Jose Pedro Naisser (ecologista) - Curitiba
Correção
Ao contrário do que foi publicado na reportagem "Álbum reúne letras inéditas de Aldir Blanc" (Folha2, 29/02), a data de morte de Aldir Blanc é maio de 2020, e não 2002 como saiu.

