Excelente artigo sobre a redução das aulas de filosofia, sociologia e artes nas escolas públicas do Paraná proposta pelo governador Ratinho Junior. Os professores Cesar Candiotto, Geovani Moretto e Ericson Falabretti souberam explicar com muita propriedade a angústia que, como professora, estou sentindo. Muito obrigada.

Fernanda Lassance, professora do Departamento de Histologia da Universidade Estadual de Londrina.

Os fura-filas da vacina

“Não adianta tentar se fazer compreender por quem não quer prestar atenção”(Epicuro). Quando ouvimos um homem da elite política brasileira falar e prometer uma série de coisas que vão beneficiar a população, imediatamente, sentimos que um monte de mentiras nos foram jogadas no rosto. Assim mesmo, ficamos esperançosos diante das enormes necessidades da nação chamada Brasil. Sabemos que estamos sendo enganados, mas assim mesmo continuamos acreditando na mente distorcida e nefasta daqueles que lutam pelo seu próprio benefício. Digo tudo isso para entrar no assunto dos “fura-filas da vacina” deste imenso país. Uns furam a fila porque seu pai é importante na região, outros porque ocupam cargos no governo, sejam secretários ou funcionários e até um secretário que furou a fila da vacina para a “mulher da sua vida”. Ora, as desculpas são as mais “esfarrapadas” do que a daqueles que foram multados e recorrem na companhia do trânsito fazendo alegações inacreditáveis. Parece que a ética e os direitos humanos saíram de moda depois que o sr. Presidente da República começou a comprar “cloroquina”, desautorizada pelos cientistas, e leite condensado aos milhões, bem como outros produtos para a “glamourosa” cozinha da presidência da Republica. As inúmeras frases ditas pelo sr. presidente da República, no decorrer da pandemia, que ainda não acabou, são estarrecedoras e o pior, encontram quem o defenda. Estamos vivendo um dos piores momentos dos últimos séculos, com mais de duzentas mil mortes e a sensibilidade do chefe e do Ministro da Saúde não se igualam a lugar nenhum. O Brasil está vivendo como um “pária” internacional, pois o que dizem hoje, como verdade inabalável, amanhã é esquecido como se nunca fosse pronunciado. Lamentamos, profundamente, o que está ocorrendo em nosso país, mais ainda, porque quem vai colher as “doses” dessa vergonhosa herança macabra são nossos filhos.

Servio Borges da Silva (advogado) Londrina