Enquanto as escolas e instituições de ensino superior atravessam a pandemia utilizando o aprendizado virtual, fica evidente a disparidade entre estudantes quanto às condições reais que eles enfrentam em casa para continuar aprendendo.

O fechamento das escolas em todo o mundo foi um dos efeitos colaterais da pandemia do novo coronavírus e a desigualdade social e financeira impactou no aprendizado daqueles que não têm um computador em casa ou acesso à internet.

Nesta segunda-feira, a UEL (Universidade Estadual de Londrina) retornou às atividades acadêmicas na modalidade a distância. Com o objetivo de promover uma melhor integração, a instituição lançou a campanha Acess@ UEL – Rede Inclusiva para Estudantes. A ideia é arrecadar tablets para dar suporte a estudantes em situação de vulnerabilidade social, incluindo estudantes indígenas e aqueles em privação de liberdade.

Sem previsão quanto ao fim da pandemia, universidades públicas que vinham resistindo à estratégia do ensino remoto justamente por conta da inclusão digital estão precisando rever o formato das aulas.

O reitor da UEL, Sérgio Carvalho, explicou que mesmo a universidade tendo parceria com a Seti (Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná) para fornecer internet para os estudantes, muitos não têm acesso a equipamentos digitais que comportem a navegação para a realização das atividades remotas.

Cerca de três mil estudantes (20%) precisam de algum tipo de apoio, seja equipamento eletrônico ou acesso à internet. Conforme os critérios da universidade, os primeiros contemplados com o tablet serão os alunos em maior situação de vulnerabilidade social, identificados pelo Serviço de Bem-Estar à Comunidade.

O estudante deve receber o tablet mediante empréstimo, assinando um termo de compromisso. Essa modalidade já existe em alguns cursos, conforme a necessidade.

Nesta edição, a FOLHA detalha a configuração mínima do equipamento que deverá ser doado à UEL para repasse aos alunos e também o endereço para onde deverá ser enviado.

Este é um momento emergencial. A pandemia expôs as condições desiguais em que os estudantes brasileiros se encontram. Cabe ao poder público pensar em estratégias para diminuir essa distância. Mas a sociedade também pode ajudar abraçando campanhas como essa da UEL.

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