Atualmente, 33 milhões de brasileiros sofrem de burnout, segundo pesquisa da Associação Internacional de Controle do Estresse. E, dentro da lista de cuidados com os colaboradores, desde janeiro deste ano, essa síndrome passou a ser considerada uma doença ocupacional.

Imagem ilustrativa da imagem Burnout: um problema a ser priorizado pelas empresas
| Foto: iStock

Por ser reconhecida não somente como um esgotamento emocional, como também como um desgaste físico gerado pelo ambiente de trabalho ao qual o colaborador faz parte, essa doença deixa de ser apenas um problema individual, envolvendo também a organização, que tem o papel de colocar prioridade nesse tipo de pauta e fornecer caminhos de apoio aos colaboradores.

É importante que os gestores estejam preparados para identificar possíveis mudanças de comportamento e situações atípicas que sinalizem uma crise, sendo o papel da empresa o de capacitar estes gestores para realizarem este trabalho.

Um dos caminhos para estabelecer esse processo é criar ambientes de trabalho que estimulem a comunicação contínua dos colaboradores com seus gestores, que devem estar abertos a demonstrar e reconhecer suas vulnerabilidades, assim como estabelecer relações de confiança e estímulo ao autocuidado para que seja possível prevenir que o colaborador chegue nesse nível de esgotamento.

Também é importante incentivar o equilíbrio da vida pessoal e profissional nos modelos de trabalho que surgiram com a pandemia, como o remoto e o híbrido. A alta carga de trabalho somada ao distanciamento da liderança e de conexões no dia a dia requerem novos formatos de gestão para que não ocorra essa exaustão. Outro caminho, e esse já conhecido, são as famosas reuniões one-to-one, que acontecem apenas entre gestor e liderado e, se bem conduzidas, são capazes de identificar problemas que seguem implícitos nas dinâmicas com o time.

O colaborador não consegue se curar sozinho quando é exatamente o local de trabalho que está causando esse dano mental e físico. As empresas precisam passar a ter um novo olhar sobre essas questões, mais humano, que deve ir além do aspecto comercial, que se preocupa apenas com o rendimento de um colaborador, passando a valorizar as emoções que cada um carrega dentro de si.

Vanessa Haba é diretora de Pessoas da Engineering

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