O governo brasileiro já começou a planejar uma reação às possíveis tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre os produtos de exportação, condição que já atinge outros países.

O vice-presidente Geraldo Alckmin pediu ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para mapear quais os setores podem ser mais afetados pelas tarifas sobre produtos de exportação, como mostra matéria nesta edição. Entre os segmentos que poderiam ser mais afetados pelas medidas impostas pelos EUA estão os setores de fabricação de autopeças, aeronaves, aço, ferro e combustíveis. O Brasil exporta óleo cru para os EUA e recebe o produto refinado.

Trump havia assinado, em 1º de fevereiro, uma ordem impondo tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá, e de 10% sobre os produtos chineses. Depois, o governo americano voltou atrás em relação aos produtos canadense e mexicanos, suspendendo a medida por um mês. A China revidou impondo tarifas sobre produtos dos EUA, renovando a guerra comercial entre os dois países.

No caso do Brasil, caso a taxação afete as exportações para os EUA, há outros mercados já abertos e que podem ser ampliados como o da União Europeia, o dos países que fazem parte do Brics e o Mercosul. Neste momento de crise no comércio exterior, observa-se a importância da diversificação de mercados para exportação.

Segundo os analistas, no momento Trump parece não ter o Brasil como alvo de sua política de taxação. E o governo brasileiro, aparentemente, também procura não chamar muito a atenção a ponto de se tornar visado, ao mesmo tempo em que planeja uma logística para o caso do tarifaço americano vir a afetar o comércio.

Entre as estratégias, no caso de um cenário adverso, os técnicos do governo traçam políticas para que o Brasil absorva mais produtos nacionais no próprio mercado interno, além de ampliar as exportações, reforçar suas relações políticas e diplomáticas com os países do Brics, sobretudo a China, a Índia e a Rússia, todos com grandes populações e alto potencial de consumo. Na contrapartida, a China também tem ampliado as negociações com seus parceiros da América Latina.

Obrigado por ler a FOLHA!