Em ano eleitoral o que mais querem os candidatos a cargos eletivos, incluindo os que já cumprem mandatos, é dar boas notícias à população. Mas é preciso cuidado para não transformar pautas de relevância social em projetos sujeitos a questionamentos ou mesmo choques com a justiça.

Imagem ilustrativa da imagem Boas notícias no tempo certo
| Foto: Zanone Fraissat/ Folhapress

Recentemente, muito se falou nas redes sociais em se abolir o uso de máscaras de proteção contra a Covid-19. Depois de dois anos de pandemia, seria mais uma pauta política ou sanitária?

Praticamente todos os estados anunciaram a boa nova, seguidos ou não por municípios. Óbvio que todos querem tirar as máscaras do rosto, mas antes a população e a imprensa quiseram saber a opinião das autoridades médicas e sanitárias do país. No quesito da pandemia da Covid-19, a ciência precisa ter a palavra final.

Aqui no Paraná, é certo que a SESA - Secretaria Estadual de Saúde - divulgou dados que dão respaldo à decisão de abolir o uso das máscaras em locais abertos e também considerou que o número de casos e mortes pela Covid ainda são registrados.

No último dia 17 de março, dados da Sesa davam conta de que havia 3.016 novos casos de Covid registrados no Paraná e mais 21 mortes pela doença. Há de se ressalvar ainda, que destas 21 mortes, 18 foram registradas neste mesmo mês de março, o que significa mais de uma morte por dia no mês.

Muita gente cobrou uma liberação mais ousada, como no Rio e em São Paulo, em que o poder público retirou a obrigatoriedade das máscaras até mesmo em locais fechados. Mas seria mesmo o momento certo?

Os casos de novos contágios mostram que não é possível relaxar completamente e é preciso manter o uso das máscaras de segurança nos locais indicados pelas autoridades sanitárias paranaenses.

Foi necessário um novo debate na Assembleia Legistativa para serem colocados os pingos nos is, com deputados contra ou favor da medida como mostrou matéria da FOLHA na edição de 19 e 20 de março. Porque, afinal, tudo deve ser decidido a partir dos dados da saúde pública e do bom senso.

É interessante observar que, na dúvida, a maioria da população continua usando máscaras nas ruas e nos espaços públicos. Atualmente, cada um parece fazer seu próprio julgamento. A pandemia foi um trauma que não será esquecido tão cedo.

A mesma polêmica se observou em relação ao homescholling que chegou a ser decretado no Paraná mas nesta segunda-feira (21) o TR- Paraná derrubou a lei que previa esta modalidade de ensino justificando que é inconstitucional. O Paraná foi o primeiro estado da federação a licenciar o homescholling. E a Câmara de Londrina, desde novembro, também tentava regulamentar a pauta. O que não seu deu, barrado pela Comissão de Justiça da Casa, também pela falta de regulamentação da modalidade em nível federal.

Todos os políticos anseiam por dar as boas novas às suas bases. Mas é preciso entender como funciona o processo legislativo. Não é possível atropelar o tempo e nem a tramitação das pautas.

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