Um severo esgotamento físico e mental, associado a um mórbido e cruel mal-estar diário, contínuo.

Desequilíbrio químico brutal no organismo que leva às mais diversas reações, sudorese, taquicardia, pânico, ansiedade, insônia recorrente, mal-estar estomacal, estresse, confusão mental, falta de memória, de apetite, irritabilidade, dores pelo corpo e por aí vai.

Tudo é muito difícil e flerta-se com o fim, seja com uma corda, seja por um estampido, afinal matar o sofrimento é preciso. E, quem assim age não é fraco, é só um ser humano implorando por ajuda e não por julgamento.

Em meio ao adoecimento e sofrimento surgem aqueles seres superiores que rotulam os depressivos de “vagabundos”, principalmente no serviço, afinal os afastamentos acontecem ante às crises.

E, mais, rotulam de perigosos, de fracos, de caráter duvidoso, etc. etc. e surgem também os assediadores a humilhar os depressivos que, geralmente, se calam, pois além de falta de forças para enfrentar o problema precisam tratar de suas famílias.

O “mentiroso” aparece com os profissionais médicos peritos, para quem toda e qualquer pessoa está mentindo e tentando enganá-los.

Dizem que precisam separar o joio do trigo, então põem fogo em toda a plantação, o que for trigo não queimará, é mais ou menos como jogar a água da banheira com a criança junto.

É como olhar para um balanço de uma empresa e vaticinar, está tudo errado.

Como aqueles chefes no trabalho, os médicos peritos, do alto de suas sapiências, também fazem uso da uma arma cruel utilizada pelos chefes, a humilhação (Talvez, só colaram grau e não conhecem a compaixão).

Outras pessoas dizem entender o que é a doença, o que não é verdade, porque alguém só poderá compreendê-la, se for vítima ou se Deus revelar e aí, então, por amor, terá uma noção do que é esse flagelo, esse sofrimento, essa profunda dor na alma.

Nem pastores, nem padres, nem rabinos, nem médicos, nem psicólogos, nem homens ou mulheres, nem negros, brancos ou amarelos, nem cristãos, nem muçulmanos, nem ateus estão isentos desse mal e, da mesma forma, sequer imaginam seus estragos na vida de quem com ele (mal) convive.

A depressão nunca vem só, traz consigo uma série de outras patologias (comorbidade): doenças autoimunes, problemas tireoidianos, síndrome do intestino irritado, síndrome metabólica, problemas cardíacos, etc.

Deus, medicamentos, psicoterapia, atividade física, terapia, repouso, paciência, compreensão todos os dias, tolerância sempre, amor em doses gigantes, com certeza, produzirão um resultado efetivo e muito melhor do que cobranças, comparações, intolerância, julgamento e críticas.

Lembre-se: Você poderá dar a mão a um depressivo para retirá-lo ou afundá-lo, de vez, no buraco em que ele se encontra, correndo o risco, então, de que ele busque o fim do sofrimento, olhando o mundo do lado de lá.

Tente compreendê-lo e ajudá-lo, pois caso contrário poderá fazer parte daqueles que auxiliam no puxar do gatilho.

"Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver a vida, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida" Augusto Cury

Antonio Valeriano Antunes Lopes, auditor, Londrina

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