Avanço no tratamento da aids não elimina desafios de prevenção e preconceito
A data de 1º de dezembro marca o o Dia Mundial de Luta contra a Aids, efeméride instituída pela OMS
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terça-feira, 03 de dezembro de 2024
A data de 1º de dezembro marca o o Dia Mundial de Luta contra a Aids, efeméride instituída pela OMS
Folha de Londrina
Há 40 anos, o diagnóstico de aids representava uma sentença de morte e um intenso estigma social. Hoje, com os avanços na medicina e uma maior compreensão da doença, o cenário é diferente, mas a luta está longe de terminar. A data de 1º de dezembro marca o o Dia Mundial de Luta contra a Aids, efeméride instituída pela OMS (Organização Mundial de Saúde) no ano de 1988. O Brasil também instituiu o Dezembro Vermelho, como mês de mobilização nacional contra o vírus HIV.
Esse marco histórico nos convida a refletir e discutir sobre os desafios enfrentados e sobre o compromisso necessário para alcançar a meta de erradicação da aids como problema de saúde pública até 2030, estabelecida pela ONU. Na semana passada, o Ministério da Saúde lançou campanha nacional com o slogan “HIV é sobre viver, conviver e respeitar. Teste e Trate. Previna-se.”
Nesta edição de terça-feira (3), a Folha de Londrina traz reportagem que faz uma revisão desde os primeiros casos registrados no Estado. Nas décadas iniciais, os diagnósticos eram cercados por desconhecimento, preconceito e falta de tratamentos eficazes. Hospitais recusavam pacientes, famílias se afastavam e o isolamento social era a norma. O avanço científico, como a identificação do vírus HIV em 1984, trouxe esperança, mas não eliminou o peso do estigma.
Ao longo dessas quatro décadas, iniciativas locais foram essenciais. A reportagem traz depoimento de profissional de saúde que acolheu pacientes rejeitados em outras unidades, atestando a importância de um atendimento humanizado e comprometido. São histórias que expõem um problema que ainda persiste em muitos estados e cidades brasileiras: a necessidade de políticas públicas integradas e amplamente acessíveis.
Hoje, as soluções para o controle da aids estão mais acessíveis, desde a testagem, que ficou mais simples, até os medicamentos que permitem que pessoas vivendo com HIV tenham qualidade de vida. O avanço nas pesquisas e o desenvolvimento de drogas eficientes transformaram as pessoas com HIV (e mesmo aquelas com sinais manifestos da síndrome) como pacientes de uma doença crônica, ainda letal em alguns grupos específicos. E devidamente medicada, a pessoa pode baixar substancialmente a carga viral ao ponto de tornar-se uma não-transmissora.
Mas ainda são necessárias mais campanhas educativas e de conscientização. Erradicar a aids nos próximos seis anos, meta estabelecida pela ONU, exige priorização política e social. Isso significa o fortalecimento de programas de prevenção, acesso universal ao tratamento e o combate ao preconceito, condição que acaba afastando muitas pessoas do diagnóstico precoce.
Que em 2030 possamos realmente celebrar a vitória histórica de erradicar uma das mais desafiadoras epidemias do nosso tempo.
Obrigado por ler a FOLHA!