O vai e vem da cobrança de pedágios no Paraná ganhou um novo capítulo. A Econorte conseguiu reverter no STJ (Superior Tribunal de Justiça) a liminar do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) que reduziu as tarifas dos pedágios administrados pela concessionária. As praças são de Jacarezinho, Jataizinho e Sertaneja. A decisão do TRF-4 que determinou a redução de 25,77% saiu no dia 21 de janeiro. Os antigos valores voltam a ser cobrados a partir da zero hora desta quinta-feira (6).

A história do pedágio no Paraná reúne em seus 23 anos episódios de corrupção, protestos, reclamações, suspeitas, polêmicas, demagogia e, claro, preços altíssimos. Tudo começou no final da década de 1990, quando o Paraná foi um dos primeiros estados brasileiros a conceder estradas para a iniciativa privada. Naquela época, os governos, sem dinheiro para investir em logística, encontraram nessa medida uma forma de resolver o problema.

Mas a relação sempre foi conturbada. Não adiantou governos e instituições declararem guerra contra a cobrança do pedágio e o “baixa ou acaba” ficou só no bordão. Esbarrou nos contratos mal elaborados, apontados como altamente prejudiciais ao Estado.

E assim esse enredo segue sem que o usuário consiga entender as idas e vindas dos preços praticados, com tantas ações que tramitam na Justiça. Nesse último caso, a decisão do STJ eleva as tarifas para os veículos de passeio para R$ 24,60 na praça de cobrança de Jataizinho; R$ 22,70 em Jacarezinho e R$ 21,10 em Sertaneja. Com a diminuição provocada pela decisão do TRF-4, as tarifas estavam em R$ 18,20 (Jataizinho), R$ 16,80 (Jacarezinho) e R$ 15,60 (Sertaneja).

A ação visando a redução foi movida pela Procuradoria Geral do Estado, em conjunto com Departamento de Estradas de Rodagem, e pede a restituição de pelo menos R$ 4 bilhões aos usuários, referentes ao que foi arrecadado na praça de pedágio em Jacarezinho, no Norte Pioneiro, que não estava prevista no contrato original, de 1997.

Agora é esperar os próximos capítulos. Em entrevista à FOLHA nesta quinta-feira (6), o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Londrina, Carlos Roberto Dellarosa, afirmou ter ficado indignado com a decisão do STJ.

Segundo ele, a reversão do aumento de 25,77% do pedágio da concessionária trará consequências graves aos caminhoneiros. “Inviável" foi a palavra utilizada por Dellarosa.

A bronca do paranaense com o pedágio, qualquer que seja a concessionária, sempre foi preço e qualidade do serviço. De todo o Estado há reclamações do desequilíbrio entre esses dois critérios. Em alguns casos, o alto valor da tarifa não reflete nem em segurança, uma das principais preocupações do cidadão que pega a estrada para passear ou trabalhar.

Entre idas e vindas, o usuário espera do pedágio duas coisas: qualidade e preço justo.

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