Na natureza, a gazela é um dos mais velozes animais da Terra. No mundo dos negócios, o nome foi dado para batizar as empresas que crescem muito e com bastante rapidez. Essas firmas fazem parte do seleto grupo de empresas de alto crescimento, uma característica de empreendimento que chama a atenção em um mundo que precisa de programas que dão resultados rápidos e geram empregos.

Antes de especificar o conceito de gazelas, é necessário falar das empresas de alto crescimento. As duas são tema de reportagem desta segunda-feira (28). Segundo o estudo Demografia das Empresas e Empreendedorismo 2017, divulgado na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), as empresas de alto crescimento não chegam a representar 0,5% das 31,8 milhões de empresas do País, mas empregam 2,5 milhões de pessoas, ou 8% dos 31,8 milhões de assalariados.

Para ser uma empresa de alto crescimento, segundo a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), é preciso aumentar o número de funcionários em pelo menos 20% ao ano por três anos consecutivos ou mais. E no início do período analisado, é preciso ter no mínimo dez empregados.

Segundo o estudo da OCDE, em 2017, em todo o País, havia 20.306 empresas de alto crescimento. As unidades locais, que incluem as filiais, somavam 44.659, sendo que o Paraná era o quarto Estado com mais empresas do tipo. Eram 2.933 unidades locais, ou 6,7% do total.

Já as denominadas gazelas, que, além de crescer no mínimo 20% durante três anos consecutivos, precisam ter no máximo cinco anos de fundação, representavam 11,9% das empresas de alto crescimento no País em 2017. No Paraná, a participação delas era menor, 9%.

O potencial desse tipo de empresa de alto crescimento é acompanhado por instituições como o Sebrae. Tanto que 85 delas acabam de concluir um ciclo de capacitação oferecido pelo Sebrae, que durou dois anos e meio. A intenção, como o treinamento, é que elas se transformem em médias e grandes empresas. O coordenador da Linha Estratégica de Empresas de Alta Performance do Sebrae/PR, Heverson Feliciano, explicou à reportagem que em todo o mundo, essas firmas servem de referência para ajudar a elevar a produtividade das demais. A meta da entidade é que em três ou quatro anos, 400 empresas tenham passado pelo ciclo.

Assim como acontece com a formação de um atleta de alto rendimento, é preciso criar um ambiente propício para o desenvolvimento dessas empresas que, nos últimos anos, também acabaram abaladas com a crise econômica. Em uma pesquisa realizada entre 2012 e 2016 pela Endeavor ficou evidente que as firmas instaladas em regiões com maior gasto em Pesquisa e Desenvolvimento e onde a população tem maior escolaridade apresentam maior probabilidade de estar nos grupos com maior crescimento.

Pensando nesse ambiente propício, o papel inovador do poder público é essencial. O Estado precisa realmente ser capaz de facilitar o clima para negócios, promovendo o empreendedorismo, tirando as famosas complicações burocráticas do horizonte e favorecendo as parcerias público-privadas. Avançar para que as empresas gazelas se multipliquem e não entrem em extinção.

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