Este ensaio propõe uma abordagem científica para a criação de ambientes sustentáveis, destacando a importância da gestão democrática e da participação efetiva dos atores locais em todas as fases do processo. As interpretações visam corrigir distorções no crescimento urbano e econômico, mitigando seus impactos ambientais. O procedimento envolve a produção e organização de conhecimentos, diagnósticos regionais e a promoção de processos participativos para sensibilizar os atores e o poder público sobre os desafios da construção de uma sociedade justa e ambientalmente equilibrada. "A grande arte é transformar coisas simples em espetaculares." Este texto reforça a razão e o conhecimento como guias, aliados à emoção que nos impulsiona, buscando a equidade no desenvolvimento e superando as desigualdades que persistem em nossa sociedade.

O desenvolvimento de ambientes sustentáveis, em tempo de emergência climática, requer uma compreensão abrangente das características específicas de cada localidade. Uma gestão democrática que inclua ativamente os cidadãos em todas as fases do processo de planejamento e desenvolvimento. A pesquisa explora a importância de diagnosticar as realidades locais para propor alternativas sustentáveis, superando resistências e promovendo o engajamento da comunidade.

O procedimento adotado envolve a produção e organização de conhecimentos e informações para fornecer uma visão mais profunda da região e seu entorno. A pesquisa enfatiza a importância dos diagnósticos como base para propor alternativas sustentáveis. Além disso, destaca a necessidade de sensibilizar os atores e o poder público local sobre os desafios da construção de uma sociedade plural e ambientalmente sadia.

O que destacamos neste estudo é a importância de criar canais e instrumentos de negociação de conflitos, buscando soluções viáveis e conciliatórias para os problemas locais. A cartografia dos princípios, conceitos, consensos e conflitos permite o exercício da cidadania e contribui para a formação de uma nova cultura de sustentabilidade e eco cidadania. A diversidade local é valorizada, promovendo reflexões sobre as diferenças e a força das pequenas unidades.

A definição de uma agenda de compromissos acessível e amplamente divulgada é essencial para orientar o desenvolvimento sustentável. Isso implica em garantir direitos básicos, acompanhar o desenvolvimento urbano e rural, proteger o meio ambiente e promover o uso equilibrado do território.

A construção de uma cidade sustentável ultrapassa os limites de um conceito abstrato e se traduz em ações práticas que garantem direitos básicos à população, como acesso à água potável, saneamento, moradia digna, mobilidade, educação e saúde. Ao mesmo tempo, exige monitoramento constante do desenvolvimento urbano e rural, assegurando que o crescimento da cidade ocorra de maneira planejada, integrada e resiliente às mudanças climáticas.

Outro pilar fundamental dessa agenda é a atração de investimentos responsáveis, como destacamos recentemente em estudos do Fórum Desenvolve Londrina, que estejam alinhados aos princípios da sustentabilidade e que gerem empregos de qualidade, respeitem o meio ambiente e contribuam para a inovação social e tecnológica. A cidade deve se posicionar como território atrativo para parcerias que valorizem o capital humano e os recursos naturais de forma equilibrada.

A proteção dos ecossistemas urbanos e rurais, dos recursos hídricos, da biodiversidade e das paisagens naturais é condição exemplar para a sustentabilidade. Essa proteção não deve ser vista como obstáculo ao progresso, mas sim como oportunidade para a construção de um modelo de desenvolvimento regenerativo e justo. O uso equilibrado do território pressupõe planejamento integrado e respeito aos potenciais naturais de cada região.

A eficácia da gestão pública, nesse contexto, como já destaca o MasterPlan Londrina 2040, será diretamente proporcional à qualidade do tempo, dos recursos, da organização e da vontade política aplicados para enfrentar os desafios locais e regionais. A construção de soluções sustentáveis passa pela governança democrática, pela escuta ativa da população, pela valorização do conhecimento técnico-científico e tradicional, e pela atuação em rede com outros territórios.

Desta forma, a agenda de compromissos deve ser um instrumento vivo, revisado periodicamente, conectado com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e sensível às dinâmicas socioambientais em constante transformação. Ela deve inspirar, orientar e mobilizar a sociedade como um todo, tornando-se um guia para o presente e uma ponte para o futuro sustentável.

Paulo Bassani, cientista social

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