ACIL: 85 anos de compromisso com Londrina
O município criado por Manoel Ribas em 1934 era grande em área, mas pequeno em ocupação urbana
PUBLICAÇÃO
sábado, 04 de junho de 2022
O município criado por Manoel Ribas em 1934 era grande em área, mas pequeno em ocupação urbana
Marcia Manfrin, presidente da ACIL
A Associação Comercial e Industrial de Londrina - ACIL - está celebrando 85 anos acompanhando as transformações de nosso tempo, tornando-se uma senhora com plena vitalidade para enfrentar os desafios do século 21. Várias conquistas demonstram o vigor da associação, cuja história mistura-se à de Londrina em momentos decisivos. É uma trajetória marcada pelo trabalho coletivo, que atende os associados mas também beneficia toda a população.
Uma dessas histórias tornou-se clássica. Interventor do Paraná, Manoel Ribas teimava em negar a construção de uma ponte para veículos sobre o Rio Tibagi. A travessia era feita de balsa. Quando o interventor veio, em janeiro de 1942, para a inauguração da nova sede da Associação Comercial de Londrina, viu-se cobrado pela ponte. Irritado, decidiu ir embora, topando com a fila para embarcar na balsa do Tibagi. Três meses depois, a construção foi confirmada. A história está no livro ACIL 80 Anos, de Widson Schwartz.
O município criado por Manoel Ribas em 1934 era grande em área, mas pequeno em ocupação urbana. Mesmo assim, o comércio se estabeleceu, levando um grupo de empreendedores a fundar a pioneira Associação Comercial de Londrina em 5 de junho de 1937. Meses depois, Getúlio Vargas fechou o Congresso Nacional, assembleias legislativas e câmaras municipais. E a jovem ACIL tomou para si a missão de fiscalizar o Executivo. Décadas depois, a associação exaltou a liberdade de expressão na passagem dos anos 70 para 80, defendendo a democracia. Na virada para o século 21, deu origem ao Movimento pela Moralização na Administração Pública, culminando na cassação do prefeito.
Muitas discussões que fazem parte do cotidiano londrinense já estavam em pauta. Em 1953, houve contestação ao fechamento do comércio aos sábados, e até hoje os associados reivindicam a flexibilização do horário. A industrialização, importante para fortalecer o PIB, já era uma preocupação evidente no alerta feito pela associação à comunidade em 1962. A ACIL participou de ações para melhorar a segurança, seja cobrando o governo estadual (1963), recuperando viaturas (1988) ou ajudando a viabilizar o terreno para a construção da Casa de Custódia (1996). Também se tornou uma espécie de incubadora, favorecendo iniciativas como o Londrina Convention e Visitors Bureau, o Fórum Desenvolve Londrina, a Garantinorte, o Sicoob, o programa Compra Londrina e o Observatório de Gestão Pública.
Recentemente, a ACIL participou da criação do novo Batalhão da Polícia Militar, da duplicação da PR-445, da trincheira da Bratislava e do viaduto da PUC, por intermédio da Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura. Junto ao Núcleo de Desenvolvimento Empresarial, trabalhou pela implantação do empreendedorismo nas escolas, da estruturação do Tecnocentro e do Ecossistema de Inovação, e da elaboração do MasterPlan. Junto a outras entidades do setor produtivo, doou um anteprojeto para a construção do Terminal Metropolitano de Transporte Coletivo.
Após passar por uma reestruturação interna, ganhando agilidade empresarial, a ACIL voltou-se à formação de núcleos multissetoriais no Programa Empreender, aproximando empresários da Rua Sergipe, Avenida Duque de Caxias, Rua Guaporé e Avenida São João, entre outras, para desenvolver o comércio em diferentes regiões da cidade.
Os 85 anos de compromisso com a cidade mostram como a união traz soluções para problemas do interesse coletivo. Quando isso acontece, toda a cidade ganha. Dessa forma, a ACIL reafirma a missão de ser relevante para as empresas e para Londrina, fomentando o desenvolvimento do associativismo e da economia.
Marcia Manfrin, presidente da ACIL.
Os artigos, cartas e comentários publicados não refletem, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina, que os reproduz em exercício da sua atividade jornalística e diante da liberdade de expressão e comunicação que lhes são inerentes.
COMO PARTICIPAR| Os artigos devem conter dados do autor e ter no máximo 3.800 caracteres e no mínimo 1.500 caracteres. As cartas devem ter no máximo 700 caracteres e vir acompanhadas de nome completo, RG, endereço, cidade, telefone e profissão ou ocupação.| As opiniões poderão ser resumidas pelo jornal. | ENVIE PARA [email protected]