A violência no trânsito
Em 2024, foram 605 vidas perdidas em consequência da violência nas estradas federais do estado
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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Em 2024, foram 605 vidas perdidas em consequência da violência nas estradas federais do estado
Reportagem local
Balanço divulgado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) sobre acidentes nas rodovias federais do Paraná em 2024 revela um dado bastante preocupante: aumento de 8,2% no número de pessoas que perderam a vida no ano passado em relação a 2023. Em 2024, foram 605 vidas perdidas em consequência da violência nas estradas federais do estado.
Mais que um número, esse estudo da PRF evidencia falhas estruturais e comportamentais que precisam ser enfrentadas com urgência e responsabilidade por toda a sociedade. Segundo os dados da Polícia Rodoviária Federal, as colisões frontais e os atropelamentos, embora representem uma parcela relativamente pequena dos acidentes, continuam sendo as ocorrências mais letais.
Em 2024, 181 pessoas perderam a vida em colisões frontais, e 97 foram vítimas de atropelamentos. A principal causa, conforme a PRF, recai sobre o comportamento humano, como ultrapassagens arriscadas, excesso de velocidade e desatenção, agravados pela negligência tanto de condutores quanto de pedestres.
Mas é preciso levar em conta que a violência noturna nas rodovias destaca a vulnerabilidade de pedestres e a falta de visibilidade, com 80% das mortes por atropelamento ocorrendo nesse período. Essa estatística, somada ao crescimento dos flagrantes de infrações graves – como as mais de 341 mil ocorrências de excesso de velocidade e 19 mil ultrapassagens proibidas – revela um cenário de imprudência generalizada que ameaça a segurança coletiva.
Os números envolvendo caminhões também merecem atenção no estudo da PRF do Paraná. Em 2024, mais da metade dos óbitos registrados (313 mortes) estavam relacionados a acidentes envolvendo esses veículos, refletindo desafios que vão desde excesso de peso até o descumprimento de regras básicas de descanso pelos caminhoneiros.
Embora a PRF demonstre otimismo com iniciativas como a instalação de novos radares e videomonitoramento, no intuito de coibir principalmente o abuso de velocidade, é evidente que apenas reforçar a fiscalização não será suficiente.
Falar em trânsito seguro é debater e refletir sobre um esforço coletivo que passa pela educação, conscientização e investimentos públicos consistentes. Trechos críticos das rodovias, citados pela PRF, não devem ser tratados como uma fatalidade geográfica, mas como um desafio técnico que precisa ser solucionado com engenharia de tráfego eficaz.
O dado de que 81% das vítimas fatais eram homens, em sua maioria na faixa etária de 30 a 39 anos, destaca outro aspecto relevante: a necessidade de campanhas educativas direcionadas para públicos específicos, abordando a mudança de comportamentos de risco.
É hora de transformar estatísticas em ações concretas. O preço da omissão, como mostram os números de 2024, é simplesmente inaceitável.
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