A recente confirmação de uma segunda morte por dengue no Paraná, no atual período epidemiológico, lembra a preocupante realidade em que nos encontramos: a luta contra o Aedes aegypti, mosquito que transmite a doença, ainda enfrenta desafios significativos, especialmente em regiões como Londrina, que lidera o número de casos no estado.

É preciso se conscientizar que a situação exige ações mais efetivas do poder público e um engajamento mais robusto da população, sob o risco de uma crise de saúde pública se agravar.

A segunda morte por dengue nesse período epidemiológico, que começou em  28 de julho de 2024, ocorreu em Cambé (Região Metropolitana de Londrina) e foi confirmada pela Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) na terça-feira (3). Trata-se de homem de 55 anos, que tinha  diversos problemas de saúde, sendo a cirrose hepática uma das mais graves. 

A primeira morte pela doença foi confirmada em 22 de outubro, pela Sesa. A vítima fatal é uma adolescente de 15 anos, que morava em Abatiá (Norte Pioneiro). Ela não tinha comorbidades.

O Paraná registra números alarmantes: 39.712 notificações e 4.535 casos confirmados desde o início do período epidemiológico. A Região Metropolitana de Londrina, com mais de mil casos confirmados de dengue, concentra o maior impacto, em parte devido à presença de três sorotipos do vírus – incluindo o DENV-3, que não circulava na região havia mais de uma década. As condições climáticas, favoráveis à proliferação do mosquito transmissor, intensificam o problema, mas a crise também reflete fragilidades em ações preventivas e na conscientização social.

As iniciativas locais e estaduais, como mutirões de limpeza e campanhas educativas, são passos importantes, mas insuficientes diante da magnitude do problema. A população tem um papel essencial e pequenos gestos podem salvar vidas, como eliminar pontos de acúmulo de água em quintais e realizar inspeções semanais em casa.

Mas é preciso ir além da conscientização individual e investir em estratégias amplas. Exemplificando: monitoramento contínuo e o uso de novas tecnologias para o controle de vetores.

O caso da vítima fatal de Cambé, que já sofria de comorbidades graves, reforça a importância de proteger os mais vulneráveis com saúde preventiva e atenção especial a grupos de risco.

Lembrando sempre que a dengue é uma ameaça conhecida e evitável. Com planejamento eficaz e uma sociedade verdadeiramente engajada é possível reduzir os índices de contágio e evitar mais perdas humanas.

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