Quando 2021 chegou abrindo o segundo ano da pandemia do novo coronavírus, o brasileiro já sabia que cedo ou tarde o país chegaria à marca das 500 mil mortes em consequência da Covid-19. Em meio a tantas incertezas em relação ao comportamento de um vírus desconhecido e às dúvidas sobre quais e quando os imunizantes seriam disponibilizados ao Brasil, a única certeza era de que chegaríamos ao trágico número.

O Brasil é o segundo país a atingir a marca de meio milhão de vidas perdidas, chegando atrás dos Estados Unidos. No país de Joe Biden, a vacinação está muito adiantada e assim como as medidas de restrições começam a cair, os indicativos de morte pela Covid-19 também estão diminuindo por lá.

Pelo desenrolar dos fatos e a constatação de que não escaparemos de uma terceira onda, especialistas apontam que o Brasil vai superar os EUA em número de mortos. Em entrevista, semana passado, ao jornal O Globo, o médico, neurocientista e professor catedrático da Universidade Duke (EUA), Miguel Nicolelis, afirmou que o país já vive a terceira onda da pandemia do coronavírus.

Nicolelis previu, em março, que o Brasil chegaria ao marco de 500 mil mortos pela Covid-19 em julho de 2021. O número foi alcançado antes do previsto pelo cientista. Nessa última entrevista, ele alertou que o país deve ultrapassar os EUA em cidadãos mortos pela Covid-19.

Meio milhão de mortos pela Covid-19 é um choque de mortalidade sem comparação na história recente do país. É muito mais do que as vítimas fatais registradas em conflitos que chocaram o mundo no fim do século passado e nas duas últimas décadas. É um número próximo, por exemplo, aos 10 anos de mortes na guerra da Síria.

Já a guerra contra o coronavírus está sendo travada agora e o Brasil precisa se preparar melhor para vencê-la, seja por parte do governo federal, seja por parte da população. No último fim de semana, em Curitiba, a polícia flagrou mais de 800 pessoas em aglomerações, como festas irregulares, em prova de total irresponsabilidade.

O Sars-CoV-2 veio para ficar e erradicá-lo será possível apenas com a vacinação em massa, chegando a um patamar de imunidade coletiva capaz de impedir que o vírus passe por mutações e gere novas cepas. A imunização é a grande esperança, mas ela não vai fazer com que a vida volte ao "velho normal" em um passe de mágica. Hoje, a maior certeza, é de que nada será como antes. A pandemia mudou o mundo.

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