O governo federal vai reservar R$ 5,8 bilhões a mais do orçamento da União de 2021 para despesas com os militares, o que significa que, em dez anos, será a primeira vez que a Ministério da Defesa terá mais dinheiro que a pasta da Educação.

Segundo a previsão, a Defesa terá um aumento de 48,8% em relação ao orçamento deste ano, o que significa um salto de R$ 73 bilhões para R$ 108,56 bilhões no ano que vem.

Enquanto isso, na pasta combalida do MEC (Ministério da Educação) as verbas deverão cair de R$ 103,1 bilhões para R$ 102,9 bilhões. No caso dos militares, há previsão de gastos com submarinos nucleares e aeronaves. Enquanto na Educação, o dinheiro encurtado vai inviabilizar projetos importantes das universidades, como já alertaram os reitores de várias instituições.

O corte previsto de R$ 1,43 bilhão nas verbas para as federais significa agora um transtorno maior, sobretudo por causa da pandemia, já que nos setores de saúde, por exemplo, dobraram-se as demandas. Sem contar que com a possibilidade de retorno das aulas presenciais em 2021, os gastos com equipamentos de proteção, equipes de limpeza, adaptação das salas e de sistemas de ventilação vão aumentar. E isso não é uma opção, é uma obrigação.

O MEC informou que do dinheiro que deverá sair da pasta da Educação, R$ 1 bilhão será retirado das universidades e R$ 434,3 milhões serão retirados dos institutos federais. Ao todo, estas instituições totalizam 1,2 milhão de estudantes, que estão entre os brasileiros que vão perder com essa mudança. Sem contar as demandas da educação básica que também serão prejudicadas com um enxugamento, o que deverá reverter num ensino mais precário ainda.

Rodrigo Maia, presidente da Câmara do Deputados, disse nesta terça-feira (18) que “não faz nenhum sentido” reservar mais R$5,8 bilhões para os militares em detrimento da Educação. Mas no Brasil tudo é possível.

Se este orçamento for aprovado, as universidades vão perder recursos justamente quando mais precisam de verbas para conduzir pesquisas e atendimento público por causa da Covid-19.

Segundo a Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) neste momento há 1.260 pesquisas sobre a Covid-19 sendo desenvolvidas em várias universidades federais de todo o País.

Resta ao governo federal, aos representantes políticos e também à população escolher se preferem a saúde ou um submarino.

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