Londrina é hoje referência nacional em termos de iluminação pública. São pouquíssimas as cidades acima de 500 mil habitantes que já têm todo o seu parque de iluminação modernizado com luminárias no padrão “Light Emmiting Diode”, o popular LED. Mas Londrina não para nisso. A prefeitura, por meio da Londrina Iluminação, uma companhia pública municipal, já ilumina novos caminhos para colocar o município na vanguarda das “cidades inteligentes (smart-city).

Tudo tem a ver com tecnologia. A imprescindível modernização do parque de iluminação da cidade, concluída em junho passado, acabou propiciando algo muito valoroso como potencial de utilização, uma vez que os “braços” dos postes (hastes que sustentam as luminárias nas pontas) avançam física e significativamente para o meio da via, seja rua ou avenida.

Ao se aproximar mais do meio da rua, as luminárias e os braços acabam ampliando o campo de visão e oportunizam a implantação de elementos tecnológicos de última geração, que gabaritam a administração municipal especialmente na área de segurança pública. É um grande BBB: as luminárias e os braços podem abrigar câmeras de vigilância de alta resolução e até sensores de controle de transmissão de dados. São dispositivos inicialmente não imaginados além da modernização da iluminação.

O parque de iluminação pública de Londrina possui um acervo de 63.000 pontos de luz (a maior parte no sistema viário urbano), com distanciamento entre os postes em média de 35 metros. Além disso, existem as praças, parques públicos, rotatórias e viadutos possuindo iluminação ornamental, também em LED.

Como geralmente nos postes viários há, além das nossas luminárias, energia elétrica de “baixa tensão” e redes de lógicas (internet das telecoms e operadoras de telefonia), os braços e as luminárias passam a poder abrigar todo tipo de equipamento de ponta para monitoramento do trânsito, da segurança pública, dos semáforos e até dos locais onde há descartes irregulares de lixo, entre outras necessidades, além de sensores de transmissão de dados e controladores de equipamentos públicos, em rede fechada.

Todo este aparato tecnológico também propicia o surgimento da chamada “internet das coisas”. São instrumentos e equipamentos de alta tecnologia que também possibilitam o melhor acesso do cidadão aos serviços públicos. A qualidade e eficiência dos serviços prestados são características inerentes ao que convencionamos chamar de “cidades inteligentes”.

Outro projeto em andamento, também de matriz tecnológica, é o da “telegestão”, que possibilita o controle dos serviços de iluminação pública de forma remota, à distância, incluindo a dimerização da intensidade da luz das luminárias. O programa londrinense tem recursos, a fundo perdido, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligado ao Governo federal, e conta com parcerias importantes estabelecidas com o Senai e com o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), um centro de pesquisa de desenvolvimento de hardware, com sede em Curitiba.

E justamente por causa de sua expertise, a Londrina Iluminação foi selecionada para receber uma delegação de especialistas italianos da cidade coirmã de Modena. A comitiva estará na cidade entre 9 e 13 de dezembro próximo para conhecer as experiências locais voltadas à tecnologia e à preservação do meio ambiente. O “case” da Londrina Iluminação, com suas soluções tecnológicas, foi definido num “conference call” (webinar) realizado alguns dias atrás com os técnicos italianos.

O papel da companhia londrinense, pois, vai muito além da manutenção da iluminação pública. Ela passará a ser desenvolvedora, instaladora e mantenedora de equipamentos agregados ou embarcados nos conjuntos das luminárias, e sempre se utilizando de bases de alta tecnologia.

Com tanto investimento, Londrina será transformada não só em uma cidade tecnicamente inteligente, mas também numa cidade que oportuniza, aos seus cidadãos, um alto nível de qualidade de vida.

Claudio Sergio Tedeschi, presidente da Londrina Iluminação