Histórias de superação são sempre motivo de inspiração para quem as acompanha. Uma jovem de 20 anos, natural de Loanda, no Noroeste do Estado, vai pavimentando o caminho para realizar seu maior sonho: tornar-se astronauta. Trata-se de Andressa Ojeda, fã de desenhos animados e jogos de videogame. Ela mora na Flórida, nos Estados Unidos, há três anos, e cursa engenharia aeroespacial na universidade americana Embry-Riddle.

É uma pena que para correr atrás dos sonhos ela tenha que deixar o país. O caso de Andressa mostra que, por falta de investimentos em ciência e tecnologia, o Brasil vê, ano após ano, seus jovens talentos buscando oportunidades nos polos tecnológicos mundiais.

Cabe lembrar que até os anos 1970 o Brasil tinha tecnologia superior à da China e de outros países que hoje figuram entre as potências mundiais em inovação. Após décadas de políticas defasadas, e de um modelo de ensino que não contempla a inclusão do jovem no setor tecnológico, o país assiste, passivamente, às transformações da era digital sem qualquer protagonismo.

No setor da Tecnologia da Informação, a TI, o apagão é crônico: sobram vagas, mas falta mão de obra qualificada. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação (Brasscom) revela que o setor deve contratar cerca de 420 mil profissionais até 2024. Anualmente, o Brasil capacita 46 mil pessoas com perfil tecnológico aptas à área de TI. No entanto, a projeção da Brasscom aponta que serão necessários cerca de 70 mil profissionais ao ano para que as vagas sejam completamente ocupadas.

Devido à complexidade do setor tecnológico, muitas vezes não percebemos o tamanho da importância desses profissionais no nosso dia a dia: seja na fabricação de vacinas, na transmissão de dados pelo celular, no aparelho hospitalar que salva vidas. Chegamos ao ponto que tudo parece estar com os dois pés no mundo digital, e ficar de fora dessa tendência é perder o bonde da história.

É extremamente importante para o país que as políticas de desenvolvimento por meio da ciência e tecnologia sejam elencadas como prioritárias para que, em um futuro próximo, consigamos reter nossas Andressas por aqui, com a formação de nossos próprios astronautas.

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