As mudanças proporcionadas pela internet e a velocidade da comunicação trouxeram para o setor educacional a necessidade de inovação e, neste contexto, a educação bilíngue tem se mostrado uma tendência cada vez mais forte no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi), houve um aumento entre 6% e 10% no segmento de escolas bilíngues do Brasil nos últimos cinco anos. Tendo em vista este cenário, a educação bilíngue trabalha a língua não apenas como um objeto de estudo, mas também como um meio de instrução, em que os estudantes têm contato com diferentes componentes curriculares, projetos, temas e assuntos de todas as disciplinas.

Seja em uma escola bilíngue, ou em um colégio que oferece educação bilíngue de qualidade, a organização curricular não pode ser baseada na hierarquia linguística, mas sim nos princípios de integração de língua e conteúdo com o desenvolvimento de habilidades e competências que vão além do domínio do idioma. Ou seja, escolas que dispõem de um currículo único e integrado que é ministrado em duas línguas.

A educação bilíngue já provou seus inúmeros benefícios, com destaque para o melhor desenvolvimento dos estudantes desde a infância. Um estudo realizado pela Universidade de Stanford, na Califórnia, intitulado “Bilingual Brains”, revelou que, por estimular a neuroplasticidade constantemente, crianças bilíngues têm maior habilidade de bloquear distrações, reter a atenção, além de analisar e organizar as informações com mais facilidade.

Isto porque, no que tange a questão linguística, há um processo de construção de conhecimento ao mesmo tempo em que se constrói a língua no estudante. Este é um processo natural e subconsciente de aquisição do idioma não nativo. Desta forma, ao trabalhar com o processo de aquisição de língua de forma significativa e natural, são ativadas algumas áreas do cérebro responsáveis pelo desenvolvimento de funções cognitivas e executivas como memória, foco, atenção, pensamento crítico, analítico, criatividade, entre outras habilidades e competências desenvolvidas.É possível afirmar que é incontestável a contribuição da educação bilíngue e do domínio de uma língua adicional na inserção do indivíduo na sociedade.

Além de aspectos ligados à autoestima, existem oportunidades e portas que se abrem aos sujeitos bilíngues no convívio social e cultural. Além disso, já está claro que apenas a graduação curricular básica do ensino médio não é suficiente para um mercado altamente competitivo. Por isso, promover a formação acadêmica somada ao conhecimento e domínio da língua inglesa gera, certamente, novas oportunidades e vantagens na carreira. De acordo com o portal salary.com os salários para candidatos bilíngues são entre 5 e 20% superiores.

Cinthya Paolini Moscopf, é vice-diretora da rede de colégios Santa Marcelina

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