O prédio é um marco da arquitetura moderna paranaense e foi construído para abrigar a quarta rodoviária de Londrina. Concluída em 1952, a obra que levou assinatura dos consagrados arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi foi inaugurada nos áureos tempos da cafeicultura e refletia a modernidade e a sofisticação da então “capital mundial do café”.

Uma construção tão única foi tombada, em 1974, como prédio público de arquitetura moderna do Paraná e ainda este ano deve ser oficializada Patrimônio Nacional pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). Isso significa que o governo federal reconhece o valor histórico e cultural do prédio da antiga rodoviária, hoje Museu de Arte de Londrina, destinando o lugar à preservação para as futuras gerações.

O local, hoje, está fechado. Mas por uma boa causa. Começaram nesta segunda-feira (24) os trabalhos de recuperação e adequação do Museu de Arte de Londrina, com previsão de conclusão para cinco meses.

A prefeitura investirá R$ 1,2 milhão na revitalização das estruturas metálicas, colocação de vidros escurecidos para criar melhores condições para as exposições, impermeabilização dos arcos, revisão das calçadas internas, acessibilidade, atendimento às normas de segurança e pintura.

O prédio com suas famosas abóbadas não passava por uma grande revitalização há 20 anos. É uma excelente notícia, principalmente quando lembramos que a falta de manutenção adequada derrubou construções importantes como o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, que pegou fogo no ano passado. Impossível esquecer também as cenas do fogo consumindo outro patrimônio histórico de Londrina, o Cine Teatro Ouro Verde, em 2012.

O patrimônio histórico e cultural de uma cidade representa uma parte importante da identidade de seus moradores. São muitos os desafios para quem trabalha com a preservação desses locais. O financeiro é apenas uma das dificuldades. Mas há também o descaso com o passado e tudo o que ele representa para o futuro.

A reforma do Museu de Arte faz parte de um projeto de melhoria do centro de Londrina. Estão previstas ainda obras na Biblioteca Pública e na rua Sergipe. Tomara que o trabalho ajude não apenas a recuperar a beleza desses pontos, mas a revitalizar uma região que até há alguns anos pulsava e onde serviços e lojas ficavam movimentados mesmo depois do anoitecer. E mais importante: revitalizar a força simbólica do centro na memória dos londrinenses.