Em política, diz-se que a próxima eleição começa assim que termina a anterior. É uma máxima que vale tanto para os pleitos municipais quanto os de âmbitos estadual e federal. Daí que não são nada anormais as movimentações de deputados, governadores, senadores e até o presidente da República - eleitos e reeleitos há pouco menos de um ano - visando articulações e alianças à eleição para prefeitos e vereadores em 2024.

Muito ainda pelos efeitos da polarização política que rachou o país em 2018 e se acentuou de lá para cá, culminando em incidentes e práticas eleitorais nocivas durante e após o pleito de 2022, a corrida eleitoral do ano que vem desperta uma atenção ainda maior. Nesse sentido, a nova pesquisa de intenção de voto para prefeito de Londrina no próximo ano, realizada pelo Instituto Multicultural em parceria com a FOLHA e rádio Paiquerê 91,7 e publicada hoje nos dois veículos, mostra possíveis cenários que se vislumbram para que as eleitoras e os eleitores londrinenses possam se situar. A despeito de que, como no futebol, a política também é "uma caixinha de surpresas", e o panorama de agora pode ser completamente alterado até outubro de 2024.

Analistas políticos ouvidos pela FOLHA ao longo deste ano já vinham avaliando que a corrida eleitoral à sucessão de Marcelo Belinati (PP) promete ser ao mesmo tempo acirrada e peculiar. Primeiro, porque há uma indefinição quanto ao próprio "candidato oficial" do chefe do Executivo. Secretários e mesmo o vice-prefeito são tidos como nomes naturais e esperam um apoio que por ora Belinati evita confirmar. Com sua maior taxa de aprovação desde o início do mandato, em 2017, (73,5%), segundo aponta pesquisa do Multicultural, Belinati conquista um capital político difícil de ser desprezado por seus aliados.

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O segundo fator que torna a eleição municipal ainda mais interessante é a expectativa da atuação de um outro cabo eleitoral de peso, o governador Ratinho Jr. (PSD). Somente de seu partido há extraoficialmente quatro aspirantes a candidato: os deputados estaduais Cloara Pinheiro, Tercilio Turini e Tiago Amaral e a deputada federal Luisa Canziani.

E existe ainda uma possível composição dos aliados do governador com a ala "bolsonarista", cujo candidato natural inclusive vem liderando as pesquisas, o deputado federal Filipe Barros (PL). Maior aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro na região, Barros só não disputa se não quiser.

Um outro ingrediente a mais no pleito local é a variedade de pré-candidatos, incluindo quem ainda não exerceu mandato político, o que torna qualquer prognóstico precipitado.

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O jogo está apenas no começo e certamente haverá novas peças e mudanças no tabuleiro. Manter os avanços e dirimir os gargalos, como na área da saúde, apontada como maior preocupação dos entrevistados, devem ser o maior compromisso de cada um deles. Pensar a Londrina que queremos para os próximos 90 anos é tarefa que exige ousadia, criatividade, responsabilidade e eficiência. Mas não só. O que o cidadão e a cidadã londrinenses esperam é que a disputa ocorra dentro de um mínimo de grau de civilidade e o máximo de comprometimento com as coisas e as causas da cidade.

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