A cultura brasileira produziu a economia de privilégios, na qual diferentes agentes, trabalhadores e empresários procuram apropriar-se de recursos públicos, seja de modo legal ou não.

A economia de privilégios provoca a crise fiscal dos municípios, estados e União, reduzindo o investimento público (Fernando de Holanda Barbosa).

Esta poupança privada em geral é advinda dos privilégios ganhos pela apropriação de recursos públicos como se lê no livro “Capitalismo de Laços”, de Sergio Lazzarini.

A teia de proteção corporativista no Brasil tem seus tentáculos bem organizados, e alimenta e controla a inserção e manutenção de seus privilégios, aparelhando o Legislativo na elaboração e aprovação de leis e marcos regulatórios inadequados, recepcionados pelo Judiciário e Executivo, que também se beneficiam de todos estes desmandos.

Com isso, criaram, como muito bem define o economista Paulo Rabello de Castro em seu livro “O Mito do Governo Grátis”, uma nação que é uma verdadeira “selva burocrática” e um “manicômio tributário”.

Acredito muito que estas questões dos “Privilégios Adquiridos” devam ser enfrentados pela nação brasileira, não se restringindo somente aos futuros agentes públicos, para que tenhamos reflexos positivos, já a curto e médio prazos, em nossa economia, revertendo este ambiente, no qual grupos de poder, se instalam para serem servidos pela nação brasileira ao invés de servi-la.

Lembro aqui de uma frase do filósofo Mário Sérgio Cortella: “a grande função do poder é servir, pois o poder que só serve, não serve”. Ou ainda Cristo: “Eu não vim aqui para ser servido, vim para servir”.

Eis aí a grande trava para o desenvolvimento de nosso país, e consequente resgate desta tragédia humana que são nossos cerca de 12 milhões de desempregados.

Claudio Tedeschi, empresário