Imagem ilustrativa da imagem 7 de Setembro: Independência ou decadência?
| Foto: Miguel SCHINCARIOL / AFP

Dia de comemoração ou tristeza pela pátria? Pátria amada ou violentamente agredida por seus eleitos representantes? São questionamentos que devem pairar sobre a mente dos que se dizem ser “brasileiros”. Sob um olhar histórico, incontáveis foram os desafios enfrentados para a construção de um país laico, democrático, cujos poderes tripartidos unem-se sob um mesmo viés: a proteção e defesa da nação, o asseguramento da justiça, que caminha em prol da vontade popular. Porém, hoje não se tem comemoração, mas vivemos dias de luto: luto pela pátria, luto pela própria democracia. Manifestações violentas que buscam tão-somente agredir os demais poderes, fragilizando a democracia, pois uma democracia fraca é uma democracia violada, e os reféns destes ataques antidemocráticos serão sempre os que não lutam pela sua derrocada.

Henrique Adriano Pazzotti (estudante de Direito) - Londrina

Os meandros do poder

Agiu corretamente a Anvisa ao suspender o jogo entre o Brasil e a Argentina, uma vez que quatro jogadores da Seleção Argentina estavam em situação irregular e descumprindo com as regras sanitárias nesta pandemia. Estamos vivendo e passando por um momento extremamente delicado, onde as dificuldades colocadas contra os cientistas e contra os órgãos de fiscalização do Brasil são imensas. Já morreram mais de 580 mil pessoas, infectados pela Covid-19, ocasionando uma situação de tristeza e desalento para muitas famílias brasileiras. A muito custo, após a atuação honrada e digna dos cientistas e de parte considerável da imprensa, para conseguir a vacina para grande parcela dos brasileiros. Ao mesmo tempo, a população em geral colaborou usando máscara, distanciamento social e outros meios para evitar a contaminação do vírus mortal. Num momento desses, aparecem os “homens do futebol” querendo impor a sua vontade, tida por eles de superior. Ninguém nunca conseguiu compreender certas manias, gestos e sobretudo gastos dos “futebolistas”. A começar pelas estrelas do futebol, quando tem qualquer coisa de errado é logo acobertada por “supostos” cronistas esportivos. Sei que é um terreno “minado”, porém já não é sem tempo que as coisas do futebol têm que vir a público e serem muito bem esclarecidas. Os quatro jogadores argentinos vieram de um país de onde as regras brasileiras impedem a permanência (aqui) sem a quarentena. Como diz o comandante Barra Torres, chefe da Anvisa, e uma pessoa da melhor qualidade: “Não se sabe, ao certo, quem deu a ordem para esses jogadores entrarem em campo”. A Anvisa já tinha prevenido que eles não tinham as condições sanitárias para tal, porém não quiseram cumprir as ordens da Agência Reguladora, que tem responsabilidade sobre a questão. Acontece que os chamados “homens do futebol” não têm medida, nem regra, eles fazem o que bem entendem, eles sabem que o mundo inteiro gosta do esporte, por isso “navegam em águas turvas o tempo todo e culpam outros pelas suas próprias trapalhadas.”

Servio Borges da Silva (advogado) - Londrina