Ribeirão do Pinhal - Segue trabalhando normalmente o vereador Deivid Carlos Oliveira Martins (PPS) de Ribeirão do Pinhal, conhecido como Deivid Enxoval. Ele havia sido detido na noite do último sábado, após efetuar disparos para cima, motivado pelo barulho na casa vizinha. Na segunda-feira, ele foi liberado e aguarda a conclusão do inquérito que deve ocorrer em 10 dias. No flagrante, ele foi atuado por dois crimes, porte ilegal de armas, que tinha a numeração raspada, e tentativa de homicídio qualificado.
De acordo com o delegado interino de Ribeirão do Pinhal, Tristão Antônio Borborema de Carvalho os registros da Polícia Militar dão conta de que o vereador teria efetuado o disparo e saído à rua com a arma em punho.
Procurado pela FOLHA, o vereador confirmou que realmente efetuou disparos, mas negou que tenha ameaçado alguém. "Estava dentro do meu quintal e atirei para cima porque não aguentava mais o barulho. Depois a polícia chegou e acabou constatando que eu não tinha porte e isso é que complicou", disse. Ele justificou que a falta de porte e a numeração raspada ocorreram por um descuido, já que tinha o revólver há muito tempo, mas nunca precisou utilizá-lo. Ele acrescentou ainda que, depois de liberado, já participou de reuniões na Câmara de vereadores, votando projetos e discutindo propostas.
Martins alega que só perdeu o controle porque a casa vizinha, que seria alugada, vive com pessoas, principalmente durante o período noturno nos finais de semana. Ele inclusive já teria feito ligações para o 190 para queixar-se do barulho. "O que se comenta na cidade é que ali funciona uma casa de prostituição e tem até menores trabalhando ali", garante.
O advogado do vereador, Fernando Matias, diz que por não ter antecedentes criminais, seu cliente, foi liberado. Ele reconhece que a atitude de Martins pode até ser questionada, mas ocorreram devido a quantidade de vezes que o barulho incomoda os moradores do bairro. "A vizinhança como um todo tem reclamado e até onde sei está sendo preparado um abaixo-assinado", informou
Quanto a utilização da arma, a alegação é de defesa pessoal, já a numeração adulterada, ele atribuiu ao tempo.
O crime de porte ilegal de arma, com numeração de uso suprimido pode render multa e detenção de 3 a 6 anos. Já para a tentativa de homicídio qualificado, a pena varia de 12 a 30 anos, com dedução de 1 a 2 terços da pena, por ter se caracterizado apenas a tentativa.
O presidente da Câmara de Vereadores de Ribeirão do Pinhal, Cícero Rogério Sanches (PR), alegou que até o momento a casa não foi notificada do incidente, mas se receber algo, tomará as medidas necessárias. "Caso formos notificados de alguma forma, sentaremos com o jurídico para ver como devemos proceder", explica.