A Delegacia da Mulher do município funciona há quatro anos no mesmo prédio da sede da delegacia de polícia
A Delegacia da Mulher do município funciona há quatro anos no mesmo prédio da sede da delegacia de polícia | Foto: Marcos Júnior/Divulgação



Dados apurados pela 12ª Subdivisão da Delegacia de Polícia de Jacarezinho apontam que quase metade dos inquéritos instaurados na cidade são oriundos de violência contra a mulher. Neste ano (de janeiro até o dia 27 de agosto) dos 330 processos, 161 são de registros da DM (Delegacia da Mulher), que funciona há quatro anos no mesmo prédio da sede da delegacia de polícia. A falta de estrutura e de efetivo foi apontada como principal fator que impedem melhor atendimento na unidade.

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Segundo a delegada adjunta da 12ª Subdivisão da Delegacia de Polícia de Jacarezinho, Carolinne dos Santos Fernandes, em 2017 foram 205 inquéritos instaurados, mas, de acordo com ela, 95% já foram concluídos. "Acredito que as mulheres têm denunciado mais, inclusive, por conta de políticas públicas e implantação da DM há quatro anos, mas o número seria ainda maior se o atendimento fosse exclusivo", indica.

O atendimento da DM funciona na sede Delegacia de Polícia de Jacarezinho e depende dos funcionários de ambas as unidades para dar conta da demanda. "O primeiro registro quem faz é o investigador de polícia. Só é feito na DM quando é muito grave, como crime sexual, por exemplo. A nossa investigadora segue a agenda do dia de intimações, a gente não consegue atender na hora que a vítima chega, por isso, ela é atendida pelo investigador de plantão, salvo exceções", afirma Fernandes, que também acumula a coordenação nas duas unidades.

A maioria das ocorrências de violência doméstica são de ameaça e injúria. Para registrar o boletim, a mulher tem que ir até a delegacia para ser atendida pelo investigador de plantão. Quando intimada a comparecer, a vítima passa pelos corredores da delegacia até o prédio anexo. "São duas salas no fundo e ela tem que passar no meio da delegacia, onde tem a carceragem. Ela fica constrangida, com medo de alguém falar que esteve lá, se sente acuada. Não é um ambiente acolhedor", afirma a delegada.

Na visão de Fernandes, a separação das unidades seria o mais adequado, no entanto, não depende só de estrutura física. "Não é só prédio, depende de servidores, viaturas. Como não temos isso, não tem como separar. A gente precisaria de pelo menos uma delegada, uma investigadora e uma escrivã. Aqui em Jacarezinho, a gente depende totalmente da estrutura da delegacia comum", aponta.