Salas da 37ª Delegacia de Ibaiti já estão organizadas; reforma custou aproximadamente R$ 15 mil
Salas da 37ª Delegacia de Ibaiti já estão organizadas; reforma custou aproximadamente R$ 15 mil | Foto: Polícia Civil/Divulgação



A cadeia pública de Ibaiti (Norte Pioneiro) ainda está com 12 foragidos depois de rebelião ocorrida no dia 14 de agosto. A direção da Polícia Civil do Paraná informa por meio de nota que dos 27 presos que fugiram durante a rebelião na cadeia de Ibaiti, 15 já foram recapturados. Anteriormente foi informado que 28 haviam fugido, mas um deles já tinha sido solto um dia antes, cumprindo o alvará de soltura, mas que ainda não constava na contagem do Departamento Penitenciário. "O trabalho da polícia continua para recuperar o restante dos presos. Eles estão sendo procurados pelas forças de segurança do Estado". Para ajudar a diminuir a pressão dos encarcerados contra a superlotação e as más condições do espaço foram transferidos 42 presos para Cornélio Procópio, dos quais 28 homens que cometeram crimes sexuais, popularmente conhecidos como "presos do seguro", e 14 mulheres.

Segundo o major Emerson Castelo Branco, comandante interino do 2º Batalhão de Polícia Militar de Jacarezinho, o último a ser preso foi Felipe Beraldo da Silva, conhecido como Zé Cueca, na tarde de segunda-feira (3), em Santo Antônio da Platina.

O presidente do conselho da comunidade de Ibaiti, Carlos Alberto Zapatta, relatou que após o fim da rebelião o órgão gastou aproximadamente R$ 5 mil para repor parte do material depredado. O conselho adquiriu 25 colchões, que o Depen (Departamento Penitenciário do Estado do Paraná) levou para Cornélio Procópio com os presos que foram transferidos. Eles compraram também material elétrico, fios e lâmpadas, ventiladores, além de material de limpeza, higiene e chuveiros. "Isso nem é obrigação nossa. É obrigação do Depen. O prédio continua com goteiras e precisa de reforma. Estamos fazendo pedido oficial para conseguir dinheiro para isso agora, pois não imaginávamos que iria demorar tanto", declarou Zapatta.

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O presidente da Comissão de Direitos Humanos da subseção de Ibaiti da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Pablo Henrique Rodrigues Blanco Acosta, destacou que tem ido ao local duas vezes por semana e ressaltou que os presos da galeria que participaram da rebelião continuam por lá. "Transferiram só os 'presos do seguro' e as mulheres e não colocaram ninguém naquelas celas. Embora haja menos gente na cadeia, a galeria principal continua com a mesma quantidade de pessoas. A gente ainda aguarda uma solução do Estado para o problema, que seria o remanejamento dos condenados para alguma penitenciária. Têm muitos que foram condenados e continuam lá na cadeia. Tem um constituinte meu que fez pedido de progressão da pena que já foi julgado e condenado há dois anos e continua ali", destacou Acosta. "É uma batalha que a gente luta contra ninguém. O Estado não responde nossas demandas e não toma providência", reclamou o advogado.

Segundo ele, as viaturas que foram depredadas pelos rebelados ainda não foram substituídas. "As viaturas avariadas continuam ao lado do prédio. Uma está queimada e a outra está toda quebrada. O Estado ainda não recolheu", destacou. Ele reforçou que a OAB fez um pedido para realizar o mutirão carcerário antes da rebelião, mas teve parecer contrário do MP (Ministério Público). "Ainda não fomos notificados sobre esses autos. Existe esse pedido nosso que foi feito antes da rebelião e até o momento se houve decisão a juíza ainda não nos notificou", ressaltou.

O delegado titular da 37ª Delegacia Regional de Polícia em Ibaiti, Pedro Dini Neto, destacou que a reforma da delegacia, que fica anexa à cadeia pública, já está quase no fim. O local foi um dos mais danificados pela rebelião dos presos, já que ao sair da galeria da cadeia, os presos encontraram aberta a porta de ligação com a delegacia. "Gastamos uns R$ 15 mil, contando com os computadores e tudo. Os recursos foram todos da Polícia Civil. Nem precisamos recorrer à sociedade para auxiliar na reconstrução da delegacia", declarou. Ele afirmou que ainda falta adquirir e instalar alguns vidros temperados e a central telefônica.

A cadeia de Ibaiti foi projetada para abrigar apenas 19 presos provisórios e, depois de uma reforma, a capacidade foi ampliada para 30 pessoas, mas no momento da rebelião estava com 157 homens. Atualmente cerca de 75 homens estão nas celas da cadeia local. A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do Depen (Departamento Penitenciário do Estado do Paraná) , que afirmou que a cadeia pública está sob tutela da Polícia Civil e que o Depen apenas oferece apoio cedendo funcionários contratados pelo regime TSS (teste seletivo simplificado). Segundo a assessoria da Polícia Civil, atualmente são 116 detentos na cadeia de Ibaiti. Não há previsão de transferências.

Relação de foragidos de Ibaiti:
- Cleber Mendes Cardoso, vulgo "Neguinho";
- Cristiano Aparecido Santana;
- Derval de Almeida Alexandre;
- Eliane Aparecida Lauro;
- Hebeeton Silva Diogo, vulgo "Beto";
- Josiel da Silva, vulgo "Nego Zica";
- Leandro Aparecido de Oliveira;
- Luiz Gustavo Botazzoli;
- Manoel Sebastião Laurito;
- Renan Eduardo Gomes Pereira, vulgo "Renanzinho ou tortinho";
- Sérgio Manoel de Almeida, vulgo "Serginho";
- Tiago Rosa Braz, vulgo "Preto".


Relação de recapturados de Ibaiti:
- Denilson Luciano;
- Alexandre Aparecido Dias;
- Allan da Fonseca;
- André Sibino da Silva;
- Carlos Manoel dos Santos;
- Fábio Júnior Camargo;
- Felipe Beraldo da Silva;
- João Marcos Gabriel Pereira;
- Lucas de Oliveira Costa;
- Paulo Ricardo de Azevedo Damião;
- Rafael de Oliveira Silva;
- Rodrigo Benedito Estevan;
- Valdinei Ferreira de Souza;
- Wesley Vieira da Silva;
- Walesson Augusto Rodrigues;