Na segunda-feira, corpo clínico e funcionários do hospital também participaram da reunião com a Funeas em Santo Antônio da Platina
Na segunda-feira, corpo clínico e funcionários do hospital também participaram da reunião com a Funeas em Santo Antônio da Platina | Foto: Luiz Guilherme Bannwart/Divulgação



A partir do dia 25 abril a gestão do Hospital Regional do Norte Pioneiro passa a ser administrada pela Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Funeas), ligada à Sesa (Secretaria da Saúde do Estado do Paraná). As tratativas para o início do processo de transição entre o Cisnorpi (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Norte Pioneiro) e a Funeas tiveram início da semana passada (dia 14), em Curitiba, com a participação de 18 prefeitos da região, e prosseguiram na tarde de segunda-feira (19), em Santo Antônio da Platina, com a participação de prefeitos, representantes do Cisnorpi, da 19ª Regional de Saúde, funcionários e o corpo clínico do hospital.

"Iniciamos aqui (no HRNP) as negociações com a presença dos prefeitos da região para a transição de gestão do Hospital Regional da Norte Pioneiro feita pelo Cisnorpi com o governo estadual. Na verdade, trata-se de um processo de padronização do hospital, porque ele nunca deixou de ser do Paraná, nós contávamos com a parceria do consórcio e o Estado está retomando essa administração", explica o presidente da Funeas, Carlos Lorga. A estadualização era uma reivindicação antiga dos prefeitos, que alegavam dificuldades para manter parte do custeio do hospital. A mudança na administração foi anunciada em maio do ano passado pelo secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, durante reunião com prefeitos da Amunorpi (Associação dos Municípios do Norte Pioneiro).

Lorga informou ainda que a reunião da última segunda-feira foi um desdobramento do encontro realizado na semana passada na Sesa, em Curitiba, para as tratativas. "O que foi falado lá com os prefeitos, a exposição desse planejamento estratégico, foi o que nós quisemos, de forma transparente, compartilhar com o restante da equipe. Justamente para não gerar instabilidades ou insegurança na transição, porque um processo tumultuado pode gerar desassistência, e isso é tudo o que nós não queremos. Tanto é que a conversa com o corpo clínico foi muito franca em relação a isso. Nós colocamos alguns prazos dentro do planejamento que se, eventualmente, não forem cumpridos temos um ‘plano b’ para garantir o que os médicos precisam em relação a enfermeiros e técnicos de enfermagem que lhes auxiliem nas atividades do dia a dia no hospital", salienta.

Lorga destaca que a Funeas é uma organização criada justamente para desenvolver e executar ações e serviços de saúde nas unidades próprias da Sesa. "Contando com a unidade de Santo Antônio da Platina este será o sétimo hospital a integrar a rede estadual gerida pela fundação. Como é o caso, por exemplo, de Guaraqueçaba, o Centro Hospitalar de Reabilitação de Curitiba, o Hospital Infantil em Campo Largo, o Hospital do Sudoeste e o Hospital de Telêmaco Borba, que será inaugurado nos próximos 20 dias", cita o presidente.

O contrato de gestão da Funeas possui metas de caráter quantitativo (com indicadores numéricos) e qualitativo. Segundo Lorga, a população pode esperar melhorias na questão da qualidade nos atendimentos, mais conforto aos usuários, investimentos no parque tecnológico, além da padronização e manutenção de insumos para o hospital. "Todas essas questões fazem parte da rotina que a fundação trabalha para melhorar. Então, o que a população pode esperar é melhoria na qualidade. Num segundo momento, com a oferta de novos serviços e aplicação de metodologias mais modernas de gestão hospitalar, consequentemente haverá o aumento nos atendimentos", assegura.

PLANO OPERATIVO
No contrato de gestão da Funeas, também existe um documento chamado de plano operativo, classificado pelos gestores como linha guia sobre tudo o que é preciso para o bom funcionamento do hospital. Nele inclui-se a manutenção dos serviços que já estão sendo prestados, além de planejamentos para expansão dos serviços, como é o caso da UTI adulta. "O funcionamento da UTI adulta está previsto a partir do dia 1º de setembro. No entanto, a fundação sempre trabalha com um calendário regressivo para poder antecipar sempre esses vencimentos. Então a expectativa é de que entre julho e agosto ela já esteja operacionalizada", prevê Lorga.

DEMISSÕES
O presidente da Funeas explica que as demissões no processo de transição da gestão do HRNP são necessárias por questões contratuais. No entanto, segundo ele, os mesmos funcionários poderão ser recontratados por meio de Processo Seletivo Simplificado (PSS). "A insegurança é um aspecto natural, pois as pessoas querem ter a certeza do próprio futuro. Então, nada mais prudente do que a gente ter vindo aqui esclarecer a eles como é que funciona esse processo. Inicialmente será publicado um edital para processo seletivo, e por ele, todos que já estão aqui, e desejarem, poderão participar. Iremos considerar a questão da experiência dessas pessoas, por que esse capital humano formado aqui dentro tem uma especificidade que precisa ser levado em conta por nós. Contudo, não podemos prescindir de concurso público normal. Por isso que, neste momento, a contratação tem características de processo temporário de 180 dias, prorrogável por mais 180. Neste período, paralelamente, realizaremos o concurso em definitivo, inclusive para suprir a necessidade de mão de obra e ampliação dos serviços", esclarece.