Os municípios do Norte Pioneiro têm se esforçado para cumprir as determinações e se adequarem à Política Nacional de Resíduos Sólidos, que obriga as prefeituras a eliminarem lixões e aterros controlados. O prazo inicial estabelecido era até o final de 2014, porém houve uma suspensão e a nova data ainda é um impasse entre os órgãos responsáveis. De acordo com último levantamento feito pela FOLHA na região, dos 46 municípios apenas 15 (32%) depositavam os resíduos sólidos em aterros sanitários. Os outros 32 (68%), ainda utilizavam lixões ou aterros controlados, estruturas com o mínimo de controle ambiental, como isolamento, acesso restrito, cobertura dos resíduos com terra e controle de entrada de resíduos.

Os dados atualizados foram solicitados aos órgãos responsáveis, mas ainda são aguardados pela reportagem. No entanto, uma pesquisa entre os municípios da região apontados com irregularidades, à época, mostra avanços não só em relação às questões ambientais, mas também no que diz respeito a soluções aos trabalhadores que tinham nos lixões a sua única fonte de renda.

Um dos exemplos dos bons resultados obtidos a partir de então é o município de Ribeirão Claro, que desde julho deste ano opera seu aterro sanitário dentro das normas estabelecidas pela Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e reativou a cooperativa de catadores de recicláveis.

Diariamente são depositados quatro caminhões de lixo no aterro municipal. O material é 100% triado e reciclado e comercializado pela cooperativa
Diariamente são depositados quatro caminhões de lixo no aterro municipal. O material é 100% triado e reciclado e comercializado pela cooperativa | Foto: Prefeitura de Ribeirão Claro/Divulgação



De acordo com a secretária municipal de Turismo e do Meio Ambiente, Larissa Silva Fonteque, todos os dias são depositados quatro caminhões de lixo no aterro municipal. O material é 100% triado e reciclado, e comercializado pela cooperativa para sustentar 15 trabalhadores da associação. "A manutenção do aterro é feita pela prefeitura, e os resíduos descartados pela cooperativa são depositados em valas devidamente preparadas de acordo com as normas ambientais", explica Fonteque.

Na terça-feira (13), Ribeirão Claro foi um dos 357 municípios contemplados pelo governo estadual por meio do Programa Recicla Paraná, pioneiro no Brasil, e que abrange um sistema integrado de coleta, separação e venda de recicláveis para gerar renda a associações de recicladores. "Receberemos um caminhão para a coleta de lixo e equipamentos para a reestruturação da nossa usina de recicláveis. Os investimentos irão proporcionar mais segurança e qualidade operacional aos trabalhadores e, consequentemente ao meio ambiente", salienta a secretária.

Desde quando foi criado em 2016, o projeto entregou 357 caminhões de coletas; 156 equipamentos para barracões (moega extensiva, esteira mecânica de separação, prensas hidráulicas, empilhadeira elétrica, paleteira hidráulica manual e balança mecânica) e 306 conjuntos de lixeiras e carrinhos manuais urbanos. O total investido pelo governo estadual no período soma R$ 140 milhões. "É uma iniciativa completa, que tem capacidade de diminuir em 30% o material que normalmente estaria indo para os aterros", esclarece o presidente do Instituto das Águas do Paraná, Iram Rezende.