Ao menos 12 presos fugiram da cadeia pública de Wenceslau Braz na tarde de ontem (27). De acordo com a polícia, os presos cortaram as grades de proteção do solário e fugiram pulando os muros da carceragem que funciona de forma compartilhada com a 36ª Delegacia Regional de Polícia e anexa a imóveis residenciais no bairro Vila Velha.

Conforme apurou a reportagem, a cadeia de Wenceslau Braz possui capacidade para 30 presos, mas mantinha 130 detentos até o momento da fuga registrada nesta terça-feira. Apesar da informação sobre o número de 12 fugitivos, até o fechamento desta edição a Polícia Militar ainda realizava a contagem dos detentos e os dados oficiais seriam divulgados posteriormente pelo Setor de Comunicação Social do 2º Batalhão de Jacarezinho.

Os trabalhos de buscas pelos fugitivos iniciaram imediatamente, assim que a fuga foi percebida pelos agentes de cadeia do Depen (Departamento Penitenciário). Ao longo da tarde, os trabalhos ganharam reforços de equipes policiais militares e civis de toda a região. Segundo a Polícia Militar, até às 16 horas apenas dois dos 12 fugitivos haviam sido recapturados. As buscas se concentram por toda a cidade e na área rural do município.

A FOLHA tentou contato com o delegado Miguel Chibami Bakr Filho para saber o grau de periculosidade dos fugitivos e sobre os riscos que a superlotação carcerária oferece à população e aos próprios policiais que trabalham na 36ª Delegacia Regional de Polícia, mas foi informada que ele também participava das buscas aos presos e que não havia previsão para o retorno à unidade.

DECRETO

No dia 7 de novembro, a governadora Cida Borghetti assinou decreto que transfere a gestão de 37 carceragens, atualmente administradas pela Polícia Civil, ao Departamento Penitenciário do Estado do Paraná, coordenado pela Secretaria Especial de Administração Penitenciária. No Norte Pioneiro, seis unidades prisionais passarão a ser geridas pelo Depen: Santo Antônio da Platina, Jacarezinho, Cornélio Procópio, Ibaiti, Andirá e Cambará. A cadeia pública de Wenceslau Braz, no entanto, não aparece na lista das carceragens beneficiadas.

A medida permite ao Depen a gestão plena das unidades e a guarda de aproximadamente 6.100 presos em todo o Estado. Com isso, cerca de 1.100 policiais civis serão liberados exclusivamente para o trabalho de investigação, formalização de flagrantes e demais atividades de prestação de serviços à população.

O secretário especial da Administração Penitenciária, coronel Elio Manoel de Oliveira, destacou que o decreto permite o início da transição das carceragens para cadeias públicas, conceito determinado pela Lei de Execução Penal. Haverá a separação física das celas e o espaço de delegacia.

Segundo Oliveira, cada unidade assumida pelo Depen terá um agente penitenciário como chefe, um funcionário de carreira indicado, e agentes de cadeia, contratados na modalidade de Processo Seletivo Simplificado (PSS), farão o trabalho de carcereiros.

O secretário disse ainda que o departamento tem projetos para conclusão de obras que estão em andamento para a ampliação de vagas e, também, para construção de seis novas casas de custódia, além da instalação das celas modulares.