SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um trecho do vídeo do presidente Donald Trump divulgado pela Casa Branca no domingo (4) parece ter sido editado para esconder uma tosse do republicano, afirmou o jornal Washington Post.

Por volta do fim do primeiro minuto, há uma quebra na fala do presidente ao mesmo tempo em que ele aparece ligeiramente levantando os ombros –o que, segundo o jornal, indica uma tosse ou um soluço.

Aparentemente, houve um corte na gravação e uma transição entre as imagens. Não é possível, no entanto, saber o conteúdo do trecho que foi retirado.

O vídeo foi divulgado em meio a relatos conflitantes de médicos e assessores sobre a gravidade do quadro de Trump, que foi internado na sexta-feira (2) após ter recebido o diagnóstico da Covid-19. Ele precisou receber oxigenação suplementar e teve febre alta naquele dia –o presidente faz parte do grupo de risco por ser obeso e idoso.

Na mensagem de quatro minutos, Trump diz que os próximos dias "serão o verdadeiro teste" e que, quando chegou ao hospital militar Walter Reed, onde ele está internado, não passava bem, mas que estava se sentindo melhor.

O jornal afirma ainda que duas fotos do presidente, que dão a impressão de terem sido tiradas em períodos diferentes do mesmo dia, foram na verdade registradas com 10 minutos de diferença. É possível saber o momento em que uma foto foi tirada a partir de seus metadados –um conjunto de informações que fazem parte de qualquer imagem feita por um dispositivo digital.

O horário registrado, no entanto, pode não ser totalmente preciso, uma vez que é aquele da câmera utilizada, que pode estar com seu relógio atrasado ou adiantado, por exemplo.

As imagens mostram Trump assinando e lendo vários papéis. Na primeira, ele está na mesma sala e roupa que aparecem no vídeo. Na segunda, Trump está sentado em uma mesa de conferência do centro médico, sem paletó e com várias pastas à sua frente.

O presidente anunciou nesta segunda (5) que deixará o hospital antes do fim do dia.

O vice Mike Pence e a candidata à Vice-Presidência Kamala Harris ficarão separados por uma barreira de acrílico durante o debate marcado para quarta-feira (7), de acordo com uma fonte familiarizada com a questão, em um esforço para reduzir o risco de transmissão do coronavírus.

O debate, o único agendado entre os candidatos a vice, acontecerá em Salt Lake City, no estado de Utah, seis dias depois de o presidente Donald Trump anunciar que havia contraído o vírus.

Tanto a senadora democrata quanto o republicano tiveram resultados negativos para testes de coronavírus nos últimos dias. Diversos funcionários da Casa Branca e aliados republicanos, incluindo três senadores, receberam o diagnóstico de Covid-19.

Em um comunicado, a porta-voz de Pence, Katie Miller, disse que "se a senadora Harris quiser ter uma fortaleza ao seu redor, faça isso". A campanha de Biden não quis comentar.